8 de maio de 2009

O Evangelho no Alfabeto Chinês?

Os primeiros missionários enviados à China enfrentaram um obstáculo formidável. Eles tiveram de aprender a escrita chinesa. Acostumados a escrever com os alfabetos europeus de aproximadamente 26 letras, eles se assustaram! Descobriram que a escrita chinesa usava um sistema baseado em 214 símbolos chamados “radicais”. Espantaram-se de novo quando souberam que esses radicais – suficientemente enigmáticos por si mesmos – combinavam-se para formar 30 mil ideogramas.

O santo mais paciente teria dificuldade em controlar-se num caso assim! Como um Deus soberano poderia permitir que um povo desenvolvesse um sistema de escrita tão radical? Será que Deus não se importava com o fato de que a escrita chinesa colocava uma barreira praticamente intransponível à comunicação do Evangelho a um quarto da humanidade?

Certo dia, porém, um dos missionários deixou de se queixar. Ele estava estudando um determinado ideograma chinês, que significa “justo”, notando que possuía uma parte superior e outra inferior. A superior era simplesmente o símbolo chinês para “cordeiro”. Logo embaixo do cordeiro havia um segundo símbolo, o pronome da primeira pessoa, “Eu”. De repente percebeu uma mensagem surpreendentemente bem codificada, oculta no ideograma: Eu, que estou debaixo do cordeiro, sou justo!

Ali estava exatamente o centro do Evangelho que ele atravessara o oceano para ensinar! Os chineses ficaram surpresos quando ele lhes chamou a atenção para a mensagem oculta. Jamais a tinham notado, mas uma vez alertados, perceberam claramente. Quando ele perguntou, “sob qual cordeiro devemos estar para sermos justificados?”, eles não souberam responder. Com grande alegria, contou-lhe, então, a respeito do “Cordeiro que foi morto, desde a fundação do mundo”, Ap 13.8, o mesmo “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, Jo 1.29.

Outro exemplo: o símbolo chinês para barco mostra uma embarcação com oito pessoas dentro. Oito pessoas? A arca de No levou exatamente oito pessoas para um lugar seguro.


O radical que significa “homem” é uma figura desenhada como um Y de cabeça para baixo. O ideograma significando “árvore” é uma cruz com o símbolo do homem superposto a ela! E o símbolo para “venha” exige dois outros símbolos menores para “homem”, colocados de cada lado da árvore, com o homem maior sobreposto a ela. Alguns estudiosos da escrita chinesa afirmam que as duas figuras humanas menores significam coletivamente a humanidade. Caso positivo, o ideograma que significa “venha” parece conter um código que diz: “Humanidade, venha para o homem da árvore”.

Nem todos os pesquisadores concordam sobre a interpretação exata de cada símbolo. Não obstante, os próprios chineses (e muitos japoneses, pois o Japão usa praticamente o mesmo sistema de escrita) ficaram intrigados com as interpretações sugeridas pelos missionários. Mesmo quando as teorias não são conclusivas, a simples discussão sobre elas pode ser suficiente para comunicar a verdade espiritual aos incrédulos. Descobri em minhas pesquisas que muitos pastores chineses e japoneses consideravam o emprego desses vários símbolos como um meio válido de fazer contato com a mente do povo.

Um missionário que voltara da China contou a história de um soldado chinês que se aproximou dele cheio de hostilidade. O missionário desenhou alguns dos símbolos já mencionados em um bloco de papel e apontou seus significados “ocultos”. Os olhos do soldado se arregalaram. “Me falaram”, exclamou ele, “que o Cristianismo era uma religião estrangeira do diabo! Você me mostrou que o sistema de escrita de meu próprio país o prega!" (Dom Richardson - A Seara)

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