22 de junho de 2018

Por Que, às Vezes, Alguns Missionários Fracassam


Por Que, às Vezes, Alguns Missionários Fracassam e o que a igreja pode fazer a respeito

John Kayser

Certa ocasião, um amigo meu foi enviado para as Filipinas como missionário, e ainda quando ia do aeroporto para seu novo lar, teve um grande choque cultural. Ele se recusava a sair da base da missão, foi ficando retraído e passou a se comportar de um jeito meio esquisito. Os líderes da missão chegaram a pensar em mandá-lo de volta para casa.

Entretanto, depois de quatro dias de sua chegada, dois amigos missionários o pegaram pelo braço e o forçaram a ir dar uma volta com eles. Então, eles o levaram ao mercado, onde ele pôde entrar em contato com cheiros, sons, ver os lugares, e tudo o mais. Também o levaram a um restaurante típico do local, e o fizeram experimentar a comida. Durante esse tempo, eles compartilharam com ele as suas próprias experiências, e isso começou a mudar o seu modo de pensar, fazendo com que ele percebesse que as coisas não eram tão ruins assim. Esses amigos estiveram com ele em todo o tempo durante o seu primeiro ano. No final, ele acabou servindo ao Senhor naquele campo por mais de 25 anos.

Inicialmente, isso tinha tudo para ser um fracasso missionário; contudo, o esforço daqueles dois missionários conseguiu mudar tudo. 

As razões por que os missionários às vezes fracassam são muito complexas. A seguir, alguns dos fatores que podem causar conflitos e fracassos iniciais, segundo alguns pesquisadores:

1. Questões Pessoais, como falta de disciplina, falta de conhecimento e habilidades, necessidades físicas, espirituais ou emocionais, baixa autoestima, e estar sempre na defensiva. 

2. Questões Interpessoais, incluindo a incapacidade de se relacionar com colegas missionários e líderes de campo, bem como dificuldade de resolver conflitos tanto com a liderança, como com pessoas locais.

3. Estresse e Mudanças relacionados à adaptação cultural e linguística, desafios com a educação das crianças, fatores estressantes da comunicação e questões referentes à mudança e relocação em uma nova cultura.

4. Questões Transculturais, incluindo a incapacidade de se relacionar com a cultura ou outras pessoas, recusa ou incapacidade de mudar e adaptar-se a diferentes maneiras de trabalhar, pensar e falar, e falta de flexibilidade para trocar de função e ministérios.

5. Questões Ministeriais da Missão, tais como desafios do trabalho, falta de dons ministeriais, falta de visão e expectativa exagerada (expectativas que tenham sido manifestas).

Embora tudo isso pareça negativo, devemos entender que servir em missões transculturais é uma das transições mais difíceis que uma pessoa pode fazer. Por isso, o papel da igreja é vital, tanto como parceira no envio, como apoiando o missionário.

Então, o que a igreja pode fazer para manter seus missionários no campo? É muito importante envolver-se completamente com eles, independente de qual estágio do processo de filiação na missão eles estejam.

Primeiro, ensine os jovens a terem disciplina em sua vida pessoal e espiritual. Procure transmitir-lhes visão de trabalho com povos não alcançados e providencie para que tenham experiência com evangelismo (antes de irem para o campo). Incentive-os a serem pessoas flexíveis, por causa da variedade de experiências ministeriais que eles terão em vários contextos, bem como a ter disposição para servir debaixo de liderança, e junto com outras pessoas.

Segundo, avalie juntamente com eles o seu chamado para missões e seu andar com Deus. Este é um chamado sagrado – precisamos honrar o desejo deles em servir dessa maneira. Invista no crescimento de sua capacidade de administrar, interações interpessoais, e dons ministeriais. Obviamente, isso significa que haverá atividades e ministérios fora da igreja – em comunidades e em contextos transculturais.

Terceiro, caminhe com eles através do processo de candidatura, nos primeiros anos no campo, e também no seu ministério a longo prazo. Não deixe a tarefa de acompanhá-los somente para a organização missionária; escreva pra eles, ore por eles, visite, aconselhe, incentive. Conheça seus planos de ministério, expectativas, programação e disciplinas diárias; isso não será invasivo se você os estiver enviando e apoiando. Conecte-os à missão, fazendo com que saibam da parceria que ela pretende com eles. É muito bom quando o missionário, sua igreja, e a organização conseguem se unir para desenvolver o ministério.

E, por fim, certifique-se de que em suas viagens de furlough (um tipo de férias pra levantar sustento e visitar mantenedores e familiares), os missionários consigam separar algum tempo para o seu descanso pessoal. Eles frequentemente voltam ao campo mais exaustos do que quando partiram, e isso por causa de todo o esforço para manter e desenvolver sua equipe de mantenedores, e as visitas que precisam fazer.

Acima de tudo, crie equipes de oração que os apresentem constantemente ao Senhor, para que possam superar essas dificuldades, e para que o Espírito os dirija e os faça frutificar. 

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JOHN KAYSER nasceu e foi criado na Etiópia, e juntou-se à Bethany International em 1993, como consultor de treinamento missionário. Seu modelo de treinamento estimulou mais de 300 escolas de treinamento missionário, em dezenas de países.

Photo: Ben White

Fonte
https://www.mensagemdacruz.online/blogs/news/por-que-as-vezes-alguns-missionarios-fracassam

16 de junho de 2018

Oferta missionária, graça de Deus


Hernandes Dias Lopes

"A Bíblia diz que a contribuição não é um peso...", mas uma graça e graça é um dom imerecido (2Co 8.1). A contribuição não é apenas algo que oferecemos a Deus, mas sobretudo, um favor que Deus concede a nós. Deus nos dá o privilégio de sermos parceiros no grande projeto de evangelizarmos o mundo e assistirmos os santos. A contribuição é uma semeadura e o dinheiro é uma semente. A semente que se multiplica é a que semeamos e não a que comemos. Quando semeamos com fartura, colhemos com abundância (2Co 9.6). Quando semeamos coisas materiais, recebemos bênçãos espirituais na mesma medida que aqueles que semeiam as coisas espirituais, recolhem bens materiais (1Co 9.11).

Como devemos contribuir para a obra missionária?

Em primeiro lugar, devemos contribuir com alegria (2Co 9.7). A contribuição deve ser um momento de grande alegria. Dar com tristeza para a obra de Deus não tem sentido, pois antes de Deus aceitar a oferta, Ele precisa aceitar o ofertante. O Senhor Jesus diz que mais bem-aventurado é dar do que receber (At 20.35).

Em segundo lugar, devemos contribuir com proporcionalidade (1Co 16.2). A proporção é o melhor sistema da contribuição. Não deve existir sobrecarga para aquele que tem pouco nem insensibilidade por aquele que tem em abundância. O apóstolo Paulo coloca esse princípio da seguinte maneira: “Porque, se há boa vontade, será aceita conforme o que o homem tem e não segundo o que ele não tem. Porque não é para que os outros tenham alívio, e vós, sobrecarga; mas para que haja igualdade, suprindo a vossa abundância, no presente, a falta daqueles, de modo que a abundância aqueles venha suprir a vossa falta, e, assim, haja igualdade, como está escrito: o que muito colheu não teve demais; e o que colheu pouco não teve falta.”

Em terceiro lugar, devemos contribuir com regularidade (1Co 16.2). A contribuição deve ser regular, metódica e sistemática. Assim como as necessidades dos missionários são constantes, as ofertas precisam também ser constantes. As ofertas missionárias não devem ser esporádicas e espasmódicas, pois as necessidades são diárias. Não podemos reter em nossas mãos os recursos que devem promover o avanço do reino de Deus e o sustento dos obreiros do reino. A obra missionária é uma tarefa de toda a igreja. Aqueles que vão não devem receber nem menos nem mais do que aqueles que ficam guardando a bagagem (1Sm 30.24).

Em quarto lugar, devemos contribuir com sacrifício (2Co 8.3-5). Não contribuímos apenas com as sobras, mas, sobretudo, com o que nos é essencial. Devemos dar não apenas da nossa riqueza, mas também da nossa pobreza, sabendo que Deus é quem multiplica a nossa sementeira para continuarmos investindo na sua obra (2Co 9.10). Os crentes macedônios nos dão o exemplo: “Porque eles, testemunho eu, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários, pedindo-nos, com muitos rogos, a graça de participarem da assistência aos santos. E não somente fizeram como nós esperávamos, mas também se deram a si mesmos primeiro ao Senhor, depois a nós, pela vontade de Deus” (2Co 8.3-5).

Em quinto lugar, devemos contribuir com senso de adoração (Fp 4.18). A oferta missionária é como aroma suave e como sacrifício aceitável e aprazível a Deus. Na mesma medida que assistimos as necessidades dos santos, tributamos culto de adoração a Deus com nossas ofertas. A contribuição cristã não é apenas algo financeiro. Ela desencadeia reflexos no céu e na terra; ela toca o coração de Deus e o coração dos homens.

Via http://www.sepal.org.br