29 de julho de 2011

BRASIL É UMA DAS FORÇAS MISSIONÁRIAS MUNDIAIS

Líderes dizem que Brasil é uma das forças missionárias mundiais

Por Marcia Pinheiro 25 de julho de 2011

Bem recebidos em quase todo o mundo, os brasileiros tornaram-se uma das principais esperanças de evangelização mundial. Esta afirmação é do Diretor Executivo de Missões Mundiais, Pr. João Marcos Barreto Soares. Segundo ele, “isso é muita responsabilidade e motivo para nos preocuparmos também”. E pergunta: “Estamos preparados para isso? Temos feito tudo o que podemos?”.

E suas preocupações vão além. Ele lembra que em 2009 as ofertas destinadas a Missões Mundiais e Missões Nacionais alcançaram um belo montante; porém, quando dividido pelo número oficial de batistas no Brasil, o resultado foi preocupante: cada um ofertou cerca de 66 centavos por semana para a obra missionária.

Outra situação que também incomoda o Diretor da JMM é o número de missionários “per capta”: cerca de um para cada 10 mil batistas brasileiros. “Será que temos nos esquecido de que há mais de 4 bilhões de pessoas que nunca ouviram falar de Cristo, que há pelo menos 2.200 povos que não conhecem a Palavra de Deus?”, pergunta.

A responsabilidade dos batistas brasileiros com a obra de evangelização mundial também foi lembrada pelo missionário da terra da JMM no Sul da Ásia, que recentemente esteve no Brasil. Gabriel Azam, que administra uma agência missionária parceira da JMM, com cerca de 100 obreiros, reconhece que o avanço do cristianismo em seu país, apesar de ainda ser tímido, deu uma guinada principalmente em razão do investimento dos batistas brasileiros. Segundo ele, desde 1994, quando recebeu a visita de um missionário de Missões Mundiais, a obra de evangelização em seu país começou a mudar.

“Depois de 21 anos de trabalho, Deus começou a trazer os frutos. Durante todo esse tempo ninguém tinha se rendido a Cristo. Mas, finalmente uma família veio a conhecer o Senhor e, de repente, esse número pulou para 90 famílias. Toda essa obra foi Deus quem fez por meio de nós. Eu louvo a Deus pelo maravilhoso trabalho dos batistas brasileiros”, diz o Pr. Gabriel Azam.

Mas ele cita o crescimento do islamismo no mundo e diz que os brasileiros têm a responsabilidade de alcançar os adeptos do islã. “Para esse grupo Deus separou o Brasil. Os muçulmanos não são receptivos aos americanos e aos ingleses, mas com relação aos brasileiros, todas as nações são amistosas. Isso não é um acidente. Deus preparou tudo isso”, enfatiza.

Gabriel Azam faz um apelo para que a igreja assuma essa responsabilidade. “Precisamos admitir que é um pecado não levar o Evangelho aos muçulmanos. Pelo menos uma vez na vida eles precisam ouvir”, finaliza.

www.jmm.org.br

18 de julho de 2011

III CONGRESSO DE MISSÕES EM VACARIA, RS

Pastor Ivonildo Souza de Andrade (dir.), Presidente da Igreja de Vacaria, entregando ao Mis. Luciano Fraga uma cesta com produtos locais.

Nas demais fotos importantes momentos do Congresso. Guiné-Bissau - a nação africana em pauta nas palestras. O povo de Deus tomou conhecimento da atual realidade de um povo pobre em todos os sentidos, através de fotos e vídeos. O Mis. Luciano foi usado por Deus para trazer despertamento missionário.

O Congresso foi abrilhantado com o louvor de Zequinha e Laurinha, que foram também Missionários nos Estados Unidos.

A Deus toda a glória por tudo!


4 de julho de 2011

TOMAMOS CAXIRI POR DIVERSÃO

A Busca pela Alegria no Noroeste da Amazônia

Por Cácio Silva
1 de Junho, 2011

Entre os meses de agosto e outubro de 2005, mais de 15 jovens indígenas, na maioria entre 16 e 18 anos, cometeram suicídio na pequena cidade de São Gabriel da Cachoeira, no noroeste da Amazônia. No mesmo período de 2006, novamente mais de 15 jovens seguiram o mesmo caminho, com as mesmas características. Conversei com parentes e amigos de alguns suicidas e algo me chamou a atenção: ninguém falou de desespero ou grandes pressões que aqueles jovens estivessem vivendo antes de cometerem o ato, mas todos me disseram que estavam tristes, por diferentes razões.

Entre os indígenas evangélicos da região, quando alguém está triste, não participa da ceia ou às vezes sequer vai aos cultos. Quando os líderes estão tristes, geralmente pedem a outra pessoa para ministrar a Palavra, pois se sentem indignos. E em toda a região, quando chega a doença no lar, toda a família mergulha em profunda melancolia. Um dia desses, o chefe da aldeia Yuhupdeh onde trabalhamos nos procurou cabisbaixo pedindo ajuda, pois seu velho pai, o pajé da aldeia, estava muito doente. Fomos às pressas até a sua palhoça e encontramos um ambiente de desolação emocional. O velho, em sua rede, estava prostrado e abatido. Mas quando verificamos do que se tratava, não passava de um simples distúrbio intestinal que logo desapareceu.

É o perfil melancólico dos povos indígenas do noroeste amazônico. Os problemas da vida causam-lhes um profundo sentimento de tristeza, e esse sentimento parece ser o elemento mais perturbador dessas culturas, do ponto de vista socioemocional. Os yuhupdeh não têm medo da morte, pois, afinal, todos irão morrer mesmo um dia. E também não possuem conceito de castigo no pós-morte. Mas todos são unânimes em afirmar que têm medo do sofrimento. Assim, o sofrimento e a tristeza estão no cerne das culturas indígenas daqui. Por isso, em contrapartida, essas sociedades buscam ansiosamente por alegria.

Como todos os demais grupos não alcançados da região, os yuhupdeh são grandes consumidores do caxiri. Trata-se de uma bebida regional à base de mandioca. As mulheres arrancam as raízes da mandioca e deixam por cinco dias na água. Levam para a aldeia, descascam e ralam.

Espremem a massa numa espécie de prensa artesanal chamada tipiti e separam-na do caldo, chamado maniquera. Com a massa fazem beiju bem torrado e deixam a maniquera levedar por uns dois dias. Geralmente misturam frutas da mata, especialmente aquelas mais ácidas, para levedar mais rápido. Quando está bem levedado, moem o beiju, misturam com a maniquera e deixam levedar mais ainda, por mais um dia. Por fim está pronto o caxiri.

O cheiro de azedo pode ser sentido de longe. A aparência não é das melhores também. Mas eles ingerem essa bebida do amanhecer até acabar. Às vezes entram a noite bebendo, sem parar. Muitos têm distúrbio intestinal e passam mal. Outros ficam violentos e causam confusão.

Quando ali chegamos, sempre perguntávamos o porquê de tanta bebedeira, e eles respondiam que era apenas para se divertir um pouco. A princípio ignorávamos tal resposta por achá-la simples demais, mas hoje percebemos que ela está próxima da verdade. No fundo, é a busca pela alegria. É uma forma de driblar a tristeza, a melancolia. Prova disso é que costumam ingerir caxiri também quando a alimentação está escassa, quando falta caça e pesca.

A bem da verdade, esses povos buscam por redenção. Uma redenção que lhes liberte da tristeza da vida e proporcione uma alegria que está além dos sofrimentos. Buscam no caxiri porque ainda não conhecem Aquele que é a única e verdadeira alegria.

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