15 de novembro de 2014

A melhor resposta

A melhor resposta


Para a solução de determinados problemas ou situações impossíveis em nossa vida não precisamos usar de nenhuma estratégia meramente humana. Tudo o que temos a fazer é colocá-los diante de Deus e ele mesmo encaminhará a melhor resposta. Li de um missionário, de férias na Inglaterra, seu país de origem, que havia comprado um pequeno cão em bronze para levar à Birmânia – seu campo de trabalho. Colocou a estátua na frente de casa, junto da porta, intrigando os indígenas: “Por que puseste este cão diante da tua porta?” “Porque muitas vezes fico sozinho em casa. Tenho necessidade de um cão que me proteja, e que durante a noite me avise do perigo”. “Mas o teu cão não vê nada, não entende nada, não ladra e não morde. Como poderá ele te proteger contra os ladrões? O teu cão é apenas um pedaço de bronze!” “Pois é, e os vossos ídolos de que são feitos? De madeira, de pedra, de ferro! Eles não vêem e nem entendem nada mais do que o meu cão. E se prostram diante deles, com adoração, pretendendo que eles os protejam! Quantas vezes vos tenho dito que só Deus é o verdadeiro Deus, e que deu o seu Filho por vós, a fim de que, todo aquele que nele crê tenha a vida eterna? Voltai-vos agora para Deus”.


Não é necessário dizer que o dilema do Missionário findou-se. A resposta que vem de Deus é a que melhor impacta, que melhor resolve questões difíceis e a que melhor satisfaz o nosso coração diante das impossibilidades.


Isac Rodrigues

19 de setembro de 2014

O Filho da Paz

Até 1962, em Irian Jaya, Indonésia, o povo sawi vivia em completo isolamento do mundo. Os sawis eram canibais e seu mais alto valor como povo era a traição e o engano. Podiam aparentar amizade com as tribos vizinhas durante meses, fazendo se sentirem seguros para então cair cruel e repentinamente sobre eles. Chamavam isso de “cevar com amizade para a matança”.

Em 1962, o casal Richardson, missionários norte-americanos, foi viver com essa tribo. O casal aprendeu o idioma sawi e logo pôde lhes contar as primeiras histórias bíblicas. Mas os relatos acerca da vida e obra do Senhor Jesus não pareciam interessar os sawis.

No entanto, certa vez Don Richardson viu que eles estavam gostando de sua narrativa. Isso aconteceu quando lhes contava como Judas traiu o Senhor Jesus. Os sawis escutaram com muita atenção que Judas havia estado por mais de três anos com o Senhor Jesus, fazia as refeições com Ele, andava com Ele… e, contudo, O traiu. Neste ponto, o missionário percebeu uma admiração especial entre os indígenas… e compreendeu que Judas era o herói, o homem que correspondia exatamente ao mais alto ideal da tribo. Desesperado, ele se esforçou para lhes mostrar a maldade de tal ação; mas naquela noite não conseguiu apagar o brilho dos olhos dos sawis.

Portanto, Judas, o traidor do Senhor Jesus, correspondia ao ideal dos sawis. Don Richardson orou pedindo a Deus a chave para entrar no coração daquela gente para que lhes fizesse entender a grande diferença que existe entre inimizade e traição e a santidade e o amor de Deus. Mas as dificuldades aumentaram. Houve guerra com outra aldeia. Então o missionário presenciou como eles faziam as pazes: um pai do clã inimigo tomou um de seus filhos e o entregou a um homem da aldeia adversária, que o adotou. Dali em diante, a criança tinha o direito de representar o outro grupo na aldeia dos sawis. Os demais habitantes impuseram as mãos sobre o “filho da paz” que havia sido entregue e firmaram uma aliança que, de acordo com a ética sawi, não podia ser violada mediante traição. Ali estava a chave para abrir o coração dos sawis. Deus enviou o Senhor Jesus, Seu amado Filho, para ser a ponte do intransponível abismo entre os homens e Deus, a fim de oferecer a paz aos Seus inimigos. Porém a humanidade rejeitou e matou o Filho de Deus.

Segundo a concepção humana (e também a dos sawis), qualquer possibilidade de paz havia sido anulada. Mas o amor de Deus triunfou sobre o ódio humano. Exatamente em virtude da morte do Senhor Jesus na cruz, Deus oferece perdão e salvação aos inimigos. Dessa maneira, muitos sawis compreenderam a mensagem de Jesus Cristo e abriram seu coração ao Evangelho.

Boa Semente

9 de julho de 2014

Líderes da China

Publicado no jornal Mensageiro da Paz em maio de 1939.

O evangelista Harry Black, relata: Tivemos umas reuniões de avivamento na Missão Betel, em Shangai, no fim de 1936. A Dra. Mary Stone, médica temente a Deus, muito bem conhecida no Oriente, me interpretara, no último domingo de manhã, no culto que havia em Road. Essa manhã, experimentamos a presença do Espírito Santo, de um modo poderoso, no grande auditório situado perto do Arsenal. Devo adiantar que o povo estivera durante muito tempo em oração. 

No fim da reunião, a Dra. Stone me apresentou a uma senhora muito inteligente, a Sra. Soong, casada com o Dr. T.V. Soong, diretor do Banco da China e irmão da esposa do generalíssimo Chiang Kai Shek. 

Essa senhora expressou a sua alegria, pela mensagem de salvação. Pela tarde, desse mesmo dia, veio uma carta da Sra. Soong, que continha 100 dólares, para os trabalhos de evangelização na China. Esta lembrança, que viera, como uma surpresa, foi aceita com gratidão. Mas, ainda á mesma tarde, chegou um novo recado da Sra. Soong, pedindo a realização duma reunião evangélica, na sua própria casa, quando alguns dos lideres da China estariam presentes, e entre eles, a Sra. Chiang Kai Shek, esposa do ditador cristão. Aceitei o convite, com alegria. Foi uma oportunidade toda especial. Eu fui procurar um lugar, para estar só, em oração com Deus, pedindo-lhe o Seu auxílio. Ao voltar, perguntei a Dra. Mary Stone, qual mensagem achava seria melhor para essas personalidades principais da China. Dra. Stone disse: Fale-lhes do batismo no Espírito Santo, irmão Black. Eles são todos cristãos professos, mas precisam de uma mensagem profundamente espiritual, que possa ser uma benção para suas vidas. 

Chegamos na hora marcada até a residência particular do Sr. Soong e fomos apresentados a Sra. Chiang Kai Shek e a outros. 

Quando me levantei para fazer exposição da Palavra, com o Novo Testamento na minha mão, senti uma paz profunda e sábia e que eu tinha uma mensagem de Deus. Lí as palavras da oração sacerdotal de Jesus: “Santifica-nos na verdade; a tua Palavra é a verdade.” Antes a minha esposa e filha cantaram um hino apropriado, e o Espírito Santo, pelo hino, preparou o caminho para a exposição. Ao meu lado direito, estava a Sra. Chiang Kai Shek; em frente de mim, o Dr. H.H. Kung, aquele que tinha o maior poder, depois do generalíssimo. Ele era chefe das finanças e ocupara o poder, enquanto o chefe, algum tempo esteve preso, as mãos de um dos seus generais. Governadores de diversas partes da China estavam presentes. Alguns dos meus ouvintes tinham estudado, na Universidade Americana, mas outros, não compreendiam muito bem o inglês e, portanto, a Dra. Stone me interpretou. O Espírito confirmou as verdades, nos corações. Depois da exposição, todos inclinaram as suas cabeças em oração, e diversos levantaram a mão, em sinal de que desejavam uma súplica em seu favor. Entre os primeiros que assim se manifestaram, foi a Sra. Chiang Kai Shek, o Dr. Kung, a Sra. Kung, a Sra. Soong e outros. Naqueles momentos, não estávamos sabendo que a guerra se achava tão próxima. No dia seguinte tivemos a reunião de despedida na Missão Betel e dalí seguimos para Honan. Uma coisa quero mencionar. Na manhã seguinte dessa reunião recebemos ainda 100 dólares da Sra. Chiang e outro tanto da Sra. Kung, com o que nos aconselharam a comprar roupas para aguentarmos o frio, na nossa viagem para o interior , onde sabiam que as casas careciam aquecimento. Façamos muito alegres, pois esses presentes mostravam que alguns dos principais líderes da China, davam valor a mensagem da salvação. 

Crentes, amigos, orai em favor da China. Orai em favor dos seus líderes, evangélicos; eles pediram as nossas orações. Eles estão entre dois inimigos; o bolchevismo dum lado, e o totalitarismo do outro. 

Do jornal suéco-americano “Sanningens Vittne”. – (Testemunha da Verdade).

fonte http://www.adcaxiasdosul.com/principal.php?ir=jornal

30 de maio de 2014

A comunidade Betânia

O Começo - A comunidade Betânia nasceu na década de 40, com cinco famílias de norte-americanos, em reuniões semanais nas quais estudavam a Bíblia e oravam pela obra missionária. Ali, na casa de um jovem comerciante da cidade de Minneápolis, chamado Theodore A. Hegre, Deus foi abrindo seus olhos para o mundo não evangelizado.

Começaram a fazer todo o possível para cooperar, mas perceberam que a maior parte do dinheiro era gasta apenas no sustento das famílias. Então, sob a orientação de Deus, venderam suas casas, reuniram os recursos e compraram uma sede, onde todos foram morar e trabalhar. As famílias tinham tudo em comum e ninguém recebia salário, para que o máximo de dinheiro ficasse realmente à disposição do Senhor.

T.Hegre, indicado como líder do grupo, preparou-se e foi consagrado ao ministério. Eram 16 o número de pessoas que formavam a equipe.

Enquanto buscavam a direção de Deus, veio o grande desafio: recrutar e treinar 100 pessoas, enviá-las a terras estrangeiras, e sustentá-las como missionárias do Senhor. Reconheceram que era um projeto humanamente impossível de ser realizado, mas sabiam que era orientação de Deus. Assim, passaram a viver em função do cumprimento desse desafio.

Com o passar dos anos, foi aberto o Centro de Treinamento Missionário Betânia, e criada uma indústria para o sustento da escola. A partir de então começaram a enviar missionários em cooperação com outras missões, e instalou-se uma gráfica e editora.


A Missão Evangélica Betânia (MEB) chegou no Brasil em 1963 e foi a primeira iniciativa ministerial dos fundadores fora da América do Norte. Hoje, a Missão Evangélica Betânia está presente em várias partes do nosso país e também fora dele, atuando por meio da literatura, de treinamento e de missões transculturais.

O Seminário e Instituto Bíblico Betânia (SEMIB), na cidade de Altônia, PR, e a Editora Betânia foram os primeiros trabalhos da MEB no Brasil.

Além do SEMIB, a Missão Evangélica Betânia tem escolas bíblicas em Petrolina, PE (o SEB), e em Curitiba, PR (o SEMIBC). Esse ministério com escolas já atravessou fronteiras, e hoje a MEB está presente também no Paraguai, com o CEMB, localizado na cidade de Luke, e em funcionamento desde 1986.


A primeira publicação da Editora Betânia foi a revista Mensagem da Cruz que, desde 1965, circula no mundo de fala portuguesa, edificando a vida de milhares de pessoas. 

Possuidora de uma profunda convicção ministerial, a EB publica e distribui literatura com a finalidade de equipar os cristãos para evangelizar e edificar vidas. A Editora conta ainda com uma gráfica que presta serviços a outras editoras e a clientes em geral, e com duas livrarias, uma em Curitiba, PR, e outra no Rio de Janeiro, RJ.


Para viabilizar ações em terras estrangeiras, em 1994 a MEB criou a Junta de Missões Betânia (JUMIB),órgão interdenominacional de apoio e assistência a missionários transculturais. Outro abençoado ministério da MEB no Brasil é o BETAMAR, localizado na cidade de São Francisco do Sul, SC, que se dedica a ajudar líderes cristãos a recuperarem a força e o vigor perdidos na, muitas vezes, árdua e desgastante caminhada ministerial. Cada um desses ministérios tem o firme propósito de fazer com que, a cada dia mais, o reino de Deus se estabeleça aqui na terra.

http://betania.com.br/quem-somos/80-o-comeco.html

9 de abril de 2014

Conselhos para um missionário

1. Cuide de sua vida com Deus. Cuide bem de sua vida pessoal, especialmente de sua vida com Deus. Não negocie os momentos devocionais diários, mesmo debaixo das pressões do campo e do ministério.

2. Priorize a família. Não é segredo que a família é a instituição mais atacada em nossos dias. Priorizá-la tem sido uma ordem amplamente repetida, porém pouco praticada. De forma simples, priorizar a família é dedicar tempo e atenção à mesma.

3. Tenha um modelo de descanso. Normalmente a agenda missionária não é linear, portanto, poucos conseguem desenvolver uma rotina semanal. Se retirar um dia de descanso por semana não é um modelo viável em seu caso, use outros. O modelo de Cristo era de se engajar intensamente com o ministério e depois desengajar por um tempo para se refazer. É necessário ter um modelo de descanso.

4. Mantenha relacionamentos saudáveis. O relacionamento é possivelmente a melhor ferramenta de trabalho no universo missionário. Não se envolva com conflitos desnecessários e tenha em mente que manter um bom relacionamento com sua equipe e com o grupo-alvo determinará, em boa medida, o rumo do seu ministério.

5. Siga sua visão e chamado. Envolver-se com tudo é a melhor receita para nada concluir. Tenha uma visão clara e um ministério definido. Projete o que você, de acordo com sua visão e chamado, gostaria de ver concluído em 5 ou 10 anos.

6. Organize-se. Tenha um projeto ministerial bem definido e, preferencialmente, por escrito. Tenha clareza de alvos, estratégias e atividades. Liste as atividades em sua agenda, separando-as por mês e por semana. Faça listas diárias - se for de ajuda - e revise, sempre, a relação do que precisa ser feito.

7. Administre as críticas. A única forma de não ser criticado é nada fazer. Portanto, saber administrá-las é essencial para o missionário. Algumas dicas: (a) Não a jogue fora. Mesmo a que é formulada ou comunicada carnalmente pode conter uma verdade sobre a sua vida; (b) Não durma com a crítica. Após avaliá-la perante o Senhor, use o que for proveitoso e se desfaça dela. A crítica guardada por períodos prolongados desenvolve a capacidade de gerar profunda ansiedade na alma; (c) Não se torne um crítico. As pessoas mais críticas que conheço foram muito criticadas no passado.

8. Não faça de sua casa um lugar de refúgio. Aprender uma língua e uma cultura, plantar uma igreja ou desenvolver um projeto social, requer relacionamento com o povo local. Gaste mais tempo com o povo do que com sua equipe. Limite o tempo no computador e tenha uma rotina diária fora de casa.

9. Trabalhe enquanto é dia. Missionários tendem a deixar seus campos sem aviso prévio. As causas vão desde enfermidades, vistos, educação dos filhos, até outros fatores imprevisíveis. O tempo que você tem no lugar que Deus o colocou é, portanto, preciosíssimo. Use-o com sabedoria e intensidade.

10. Mantenha seu coração ensinável. Sempre temos muito a aprender e, às vezes, com a pessoa mais improvável. Leia, converse, participe de cursos e encontros, reflita sobre o que vê e ouve. Um coração ensinável aprende mais de Deus e não comete duas vezes o mesmo erro. 

Ronaldo Lidorio

http://www.ronaldo.lidorio.com.br/

27 de março de 2014

Ela ofertou a própria vida ao Senhor


Em 1954, aos 10 anos de idade, Lorita foi tocada pela mensagem da palavra de Deus durante um culto de sua igreja, no Texas.  A congregação sentiu a presença de Deus de forma diferente no culto daquela noite, quando o missionário Bob Schmidt pregou.

O pastor da igreja, Ralph McCoy, colocou o prato de ofertas sobre a mesa que estava em frente ao púlpito, e encorajou a igreja a contribuir para ajudar o missionário Schmidt e sua família em seu ministério na França.  As pessoas começaram a levantar de seus lugares e irem até à mesa a fim de entregar suas ofertas. Então a jovem Lorita deixou seu lugar e foi até a frente.  Mas ela simplesmente ficou em pé em frente ao prato de ofertas, chorando copiosamente.  O pastor Ralph McCoy se aproximou dela e carinhosamente a perguntou porque chorava tanto.  Para a surpresa do pastor, Lorita respondeu: "Eu não tenho nenhum dinheiro para dar, mas quero ofertar a minha vida a Deus!"  Ternamente ele a a levantou do chão e a colocou sobre o prato de ofertas.  Então disse à congregação: "Esta garota não tem dinheiro algum para entregar, mas ela quer ofertar a sua vida ao Senhor!  E você, o que deseja ofertar?"  A glória de Deus encheu aquele lugar e muitos começaram a ir à frente para renovar seus votos de dedicação ao Senhor.

Linda McCoy, amiga de Lorita, estava lá naquela noite.  Ela nos contou detalhadamente essa linda história e como tantas outras vidas foram tocadas durante aquele culto.  Muitos se tornaram missionários e serviram a Deus na Guatemala, no México, em outros países da América Central, no Brasil e nos Estados Unidos.  Mas a história não termina aí!  60 anos depois, os efeitos daquela consagração a Deus continuam a ser observados na vida dos filhos, netos e conterrâneos daqueles que ofertaram suas vidas a Deus naquela tarde.  E tudo começou com  uma criança em lágrimas e outras almas desejosas de levar o Evangelho de Jesus Cristo aos outros.

Em 1954, missionários e evangelistas precisavam levar o evangelho de salvação a quase 3 bilhões de pessoas a fim de dizer-lhes que Jesus morreu e ressuscitou pelos seus pecados e tem o poder para libertar o pecador da culpa e da condenação do pecado.  Agora, com mais de 7 bilhões de pessoas no mundo, é impressindível que cada verdadeiro cristão seja uma testemunha de Jesus.  Entretanto, existem alguns que o Senhor deseja que ofereçam suas vidas e se tornem missionários, mestres e pregadores da Palavra.  E você?  Está disposto a se entregar a Deus com a mesma sinceridade e disposição que Lorita teve?  Você não pode nem imaginar como sua sensibilidade e obediência a Deus podem afetar o seu destino e o de muitas outras pessoas!

Na Rádio BBN e no Instituto Bíblico da BBN você pode ouvir e estudar a palavra de Deus e assim tornar-se mais capacitado a compartilhar a salvação em Cristo.  Onde quer que Deus nos tenha colocado, precisamos nos preparar para servi-lo melhor.  Gostaríamos de colocar à sua disposição o curso Evangelismo Eficaz.

Deus te abençoe!

Equipe do Instituto Bíblico da BBN

www.bbnradio.org

1 de fevereiro de 2014

China flexibiliza posição contra cristãos

Governo sente avanço do cristianismo; cristãos podem ser 30% em 2030

(Jornal Mensageiro da Paz, fevereiro de 2014)

O governo comunista da China ainda mantém o ateísmo como ideologia política, mas abandonou oficialmente a ideia de que a religião seja "o ópio do povo", foi o que deixou claro o novo diretor da Administração Estatal para os Assuntos Religiosos, Wang Zuoan, no final de 2013. Em uma entrevista ao jornal Diário do Povo, órgão oficial do Partido Comunista chinês, Zuoan afirmou que "o Partido Comunista Chinês começou a encarar a religião com uma perspectiva mais positiva. A antiga União Soviética e as nações do (extinto) Pacto de Varsóvia não conseguiram lidar bem com as questões religiosas. Isso serviu como grande lição para a China", disse Zuoan.

Zuoan disse ainda que "a influência da cultura ocidental na China, incluindo o cristianismo, aumentou muito. [...] É normal que a religião se consolide durante o processo de modernização de um país. [...] A sociedade chinesa está se tornando cada mais mais tolerante. As pessoas não são mais assediadas por seguirem uma religião. [...] Basicamente, a religião defende a paz, a reconciliação e a harmonia [...] e pode desempenhar um importante papel na sociedade". Porém, Zuoan afirma que cristãos de igrejas clandestinas só terão liberdade quando se adequarem ao regime: "O governo chinês atribui à religião um papel mais positivo, encorajando que ela se adapte à sociedade socialista. [...] Devido a vários fatores complexos, a religião pode se tornar uma isca para a agitação e antagonismo. É preciso ser muito claro sobre este ponto".

Ainda há notícias de perseguição a cristãos na China. A última fonte é de novembro de 2013, quando cerca de 12 policiais invadiram a Igreja Cristã de Nanle, na província de Henan. O pastor Zhang Shaojie, líder da igreja, e mais 23 fieis acabaram presos e, até o fechamento desta edição, ainda estavam detidos e seu paradeiro era ignorado. Eles foram conduzidos pelas autroridades a um local desconhecido. Portanto, o comunicado do final do ano não significa que a situação já mudou, mas que o governo comunista chinês já sente que sua luta contra o avanço do cristianismo no país é cada vez mais inglória e destinada à derrota, e que a melhor estratégia agora é tentar cooptar a população cristã chinesa aos ideais do partido.

Também no final do ano, o Comitê Central do Partido Comunista prometeu abolir o programa de "reeducação pelo trabalho", que já existe há 50 anos. O programa permite que um cidadão seja condenado pela polícia chinesa a quatro anos de prisão sem ser julgado.

Poderá a China comunista se tornar cristã? Essa é a expectativa de um dos maiores intelectuais daquele país, o economista Zhao Xiao, 47 anos, professor do Departamento de Negócios Internacionais, Economia e Administração da Universidade de Pequim e ex-chefe do Centro de Pesquisas Econômicas da China e do Departamento de Estratégia de Ativos Estatais da Comissão de Supervisão e Administração do Conselho de Estado da China. Desde que se converteu a Cristo, Xiao tem pregado às elites chinesas e sua atitude tem sido surpreendentemente tolerada pelo Partido Comunista chinês, ao qual o economista deixou de ser filiado após sua conversão. Muito dessa tolerância se deve ao sucesso de Xiao como economista. Ele é o comentarista de macro economia mais requisitado da tevê estatal chinesa.

Fora da China, Xiao, que é também fundador e presidente do Instituto de Liderança Cypress, em Pequim, tem ministrado em igrejas pelo mundo, principalmente nos Estados Unidos. Em 2012, ele foi um dos palestrantes de um seminário realizado pela Associação dos Homens de Negócio do Evangelho Pleno (Adhonep) no sul da Califórnia (EUA), ocasião em que afirmou que embora seja comumente divulgado que a Igreja do Evangelho Pleno, liderada pelo pastor Paul Yonggi Cho na Coréia do Sul, é a mais numerosa da Ásia, a verdade é que a maior igreja da Ásia e do mundo está na China.

A igreja do pastor Cho tem mais de 800 mil membros, mas Zhao Xiao afirma, sem revelar o nome da igreja, que há uma igreja evangélica na China que conta hoje com 100 mil congregações com cada congregação formada por uma média de 50 pessoas. Logo, o número total de membros dessa igreja chinesa é de pelo menos 5 milhões. "Além disso, essa igreja na China está preocupada com missões e já enviou mais de 100 missionários ao exterior", afirma Xiao.

Em suas viagens pelo mundo, o economista tem dito, segundo depoimento dado ao jornal Gospel Herald, que embora o evangelismo seja proibido pelo governo chinês, "a China está passando por uma mudança transformadora e, em algumas áreas do país, as igrejas estão experimentando um grande avivamento, com o número de crentes ultrapassando a metade da população local". Estima-se que a soma dos crentes das igrejas cristãs oficiais (permitidas pelo governo chinês, mas sem autorização para evangelizar ou abrir novos templos) com os das igrejas clandestinas representa hoje quase 10% da população do país.

Ainda não há números que apontem a quantidade exata de cristãos no país, mas, em 2011, o governo chinês afirmou que o número de cristãos das igrejas oficiais chineses era de 25 milhões, sendo 19 milhões de protestantes e 6 milhões de católicos. Na época, fontes não-oficiais estimavam em cerca de 100 milhões o número de cristãos no país, entre cristãos das igrejas oficiais e cristãos das igrejas clandestinas. Hoje, porém, três anos depois, estima-se em mais de 100 milhões o número de seguidores de Cristo na China, número bem maior do que o dobro do número de evangélicos no Brasil. Em setembro de 2011, uma matéria da BBC afirmava que era "visível o aumento do número de cristãos na China", uma vez que, "aos domingos, as igrejas evangélicas ficam cheias e muitos já consideram que neste dia da semana há mais fiéis nas igrejas chinesas do que nas espalhadas pela Europa". A Europa, berço das missões cristãs, caiu espiritualmente, mas a China, apesar da perseguição, está encontrando a fé em Cristo.

Em depoimento ao Gospe! Herald, Xiao aponta um problema: "Embora o crescimento contínuo dos cristãos na China seja óbvio, os crentes chineses têm pouco preparo doutrinário". Neste aspecto, Xiao espera que "a igreja na China possa aprender mais com as igrejas cristãs na Coreia do Sul", país vizinho.

Xiao disse que ficou surpreso ao visitar algumas das famosas igrejas da Coreia do Sul, onde ficou "profundamente comovido" ao ver "suas orações apaixonadas e a dedicação às missões". Muitas dessas igrejas abrem suas portas às 4h ou 5h da manhã para encontros de oração. Ele disse que chegou em algumas delas às 5h para participar da reunião de oração e, para sua surpresa, a igreja já estava lotada de pessoas.

Desde 2012, Zhao Xiao tem informado que a igreja chinesa já trabalha com um projeto de crescimento. Segundo ele, a meta é chegar a pelo menos 30% da população até 2030. Xiao batizou o projeto de "30-30". Ele explica: "A chave se encontra no surgimento de missionários no local de trabalho. Há dois caminhos usados para alcançar o '30-30': um é através dos esforços missionários tradicionais da igreja e o outro é usar também os missionários no local de trabalho".

Xiao fala também da ideia de "empresas do Reino". Ele afirma que "as empresas do Reino são diferentes de empresas comerciais comuns. Embora ambas procurem fazer lucro, as empresas do Reino não buscam em primeiro lugar fuzer lucro. Elas fazem lucro através da oferta de melhores produtos e serviços, mas sua preocupação principal é ganhar vidas para Cristo".

"O mais importante para as empresas do Reino", diz Xiao, "é edificar sobre o fundamento de Jesus Cristo, a Rocha sólida, e não basear-se em qualquer filosofia de gestão secular. O maior objetivo das empresas do Reino é expandir o Reino de Deus, trazendo as pessoas para Jesus, influenciando outros povos com a vida e o testemunho de seus funcionários", afirma.  

Xiao destaca que "já existem muitos exemplos bem sucedidos de empresas do Reino na China. Há um casal cristão no nordeste da China que possui uma empresa de refrigerantes. Esse casal de empresários fez de seu restaurante um altar que glorifica a Deus. Os trabalhadores cristãos cantam louvores a Deus durante o trabalho. Muitos clientes, depois de ouvir os funcionários cantar, tornam-se cristãos. Os funcionários também oram pelos clientes. Muitos sentem-se comovidos e tornam-se cristãos", conta Xiao, que menciona ainda outro exemplo: "Um empresário cristão na China comprou uma montanha, transformou-a em um centro de oração 24 horas e realizou ali um evento evangelístico para 10 mil pessoas. Ele também forneceu dinheiro para estabelecer um seminário, apoiando mais de 300 obreiros em busca de estudo e treinamento". Xiao projeta um "efeito bola de neve" de "100 mil empreendedores do Reino para estabelecer grupos empresariais cristãos" e crê que, "até 2030, traremos pelo menos 100 milhões de chineses a Cristo". O comunismo na China pode estar com os dias contados. Oremos pela Igreja na China.