por Marcos Soares
Amigos, fico profundamente consternado quando comprovo a veracidade das palavras de Jesus, quando afirmou: “os filhos das trevas são mais prudentes do que os filhos da luz”. Não porque em algum momento tenha questionado o ensino do Senhor nem por ter duvidado de que ele sempre falou a verdade. É que toda hora a gente chega atrasado. Não é raro ver na boca de pessoas que não conhecem a Deus, pelo contrário, às vezes são contra, aquilo que a gente deveria ter falado antes de acontecer. Posturas que deveríamos, como voz de Deus no mundo, ter denunciado em nossa missão profética de Igreja. Mais ou menos como Jonas, temos que acabar ouvindo dos marinheiros pagãos palavras mais sábias do que as do profeta.
Entendo a igreja como uma agência profética. Não no sentido das místicas “profetadas” muito comuns em alguns círculos ditos evangélicos. Não nos arroubos megalomaníacos de gente falando em nome de Deus o que Deus nunca sonhou em falar. Não daqueles que “determinam” isso ou aquilo na vida dos outros, muito menos dos que profetizam a “bênção infalível” aos que contribuem para o seu próprio sucesso financeiro. Isto não é profecia, é mercadejar a fé. Quando falo em missão profética da Igreja, uso a expressão no sentido bíblico. Somos o povo de Deus que reflete ao mundo o que Deus pensa e quer. Não há outra mensagem a ser pregada pela Igreja a não ser a mensagem do Evangelho de Jesus. É a única maneira de transformar o mundo e preserva-lo da degradação total. Neste sentido singular, somos o nervo exposto de Deus. Choramos por aquilo que Deus choraria. Erguemos nossa voz contra aquilo que Deus já ergueu. Compreendo que nosso papel não é exatamente o mesmo dos profetas do Antigo Testamento, mas não posso deixar de pensar que em muitos aspectos, muito se assemelha.
É bom que se diga: a mensagem do Evangelho sempre foi acompanhada pelos resultados do Evangelho nas vidas dos que nele creram. Ou seja, o Evangelho, além de verbalizado, pode ser visto. São as atitudes dos cristãos e o posicionamento da Igreja, como um Corpo, que permitem àqueles que ainda estão perdidos terem uma ideia do que significa crer em Jesus Cristo como Senhor e Salvador. É o Evangelho da rua que comprova o Evangelho do templo. Por sinal, a igreja primitiva não conhecia tal coisa como um “Evangelho do templo”, até porque nem os templos existiam. Eles são uma das resultantes do tempo em que Constantino resolveu estatizar a fé. Até aquele tempo, os cristãos estavam muito pouco preocupados (se é que em algum momento se preocuparam) com a forma, a pompa ou o conforto do lugar onde se reuniam para cultuar a Deus juntos. Ao invés de gastarem fortunas comprando terrenos e construindo templos caríssimos (operação muito mais ligada às religiões pagãs, que necessitavam de uma aparência física que impressionasse seus fieis), eles usavam seu dinheiro de maneira solidária, de tal forma que não houvesse entre eles necessitados, embora houvesse um claro respeito pela propriedade privada e existissem cristãos ricos e pobres. Quando Paulo pediu dinheiro, não foi para seu projeto pessoal, mas para beneficiar os crentes em necessidade na Judéia. Até isso hoje em dia se faz em nome do Evangelho. As construções de templos estão cada vez mais sofisticadas, caras e inúteis. Quanto dinheiro está empatado em imóveis que são usados duas ou três vezes por semana!
Esses dias fiquei com vergonha do Serginho Groisman. Não tenho nada pessoal contra esse rapaz, mas já o ouvi o suficiente para perceber que ele também defende muita coisa que não presta, estilos de vida anti-Deus, que vão contra os princípios bíblicos sobre a juventude. Longe de mim recomendar os programas que ele dirige para gente que anda com Deus. Justamente por tudo isso é que fiquei com vergonha. Por que teve que partir dele uma iniciativa para combater o bullying entre os jovens? Por que o espaço tinha que vir num programa da Rede Globo, que ajuda (como de resto toda a mídia corrompida) a disseminar um padrão de valores e conceitos completamente anticristãos? Como é que a gente não se tocou a respeito disso antes? Muito antes de surgir este assunto na mídia, Tiago já ensinava que “não devemos ter a fé em nosso Senhor Jesus Cristo em acepção de pessoas” e criticava duramente quem praticava tal ato.
Mais ainda: por que tem que ser o Datena para levantar uma bandeira contra a violência contra a mulher? Por que tinha que ser o Levy Fidelix o único candidato a dizer claramente que é contra o aborto e o casamento de pessoas do mesmo sexo?
Talvez seja porque nosso Evangelho de fim-de-semana esteja confinado feito gado aos nossos rituais, gestos, cerimônias, jargões, frases de efeito, sem conexão com a rua e com o mercado. Pode haver um ou outro desagravo isolado, aqui ou ali, mas em geral, não estamos dispostos sequer a tratar estes assuntos dentro dos nossos próprios arraiais. Você quer apostar quanto que se começarmos a conscientizar mulheres cristãs, haverá muitas que denunciarão agressões (inclusive físicas) de seus charmosos maridões, entre eles diáconos, presbíteros, pastores, missionários, professores de escola dominical, entre outros respeitáveis cidadãos?
O Evangelho precisa ir para a rua. Não em passeatas e marchas, que carregam nos seus passos esquisitices inexplicáveis e até incompatíveis com o verdadeiro Evangelho. Para precisa ir para a rua nas atitudes responsáveis daqueles que o professam.
http://www.irmaos.com
......................................................
O fenômeno Bullying é usado no sentido de identificar ações provindas dos termos zoar, gozar, tiranizar, ameaçar, intimidar, isolar, ignorar, humilhar, perseguir, ofender, agredir, ferir, discriminar e apelidar pessoas com nomes maldosos, que na grande maioria das vezes tem origem nas escolas através dos jovens alunos que assim praticam tais maldades contra determinados colegas que possuem algum defeito físico, assim como, os relacionados à crença, raça, opção sexual ou aos que carregam algo fora do normal no seu jeito de ser.
Archimedes Marques (delegado de Policia no Estado de Sergipe).
Texto integral: http://cachorroluco.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário