1 de agosto de 2022

Conselho Missionário

Ao olhar com cuidado para qualquer organização bem-sucedida, você provavelmente verá à frente dela um líder forte e visionário. John Maxwell, autor de diversos livros sobre liderança, cunhou uma "lei" que tenta resumir esse princípio: "Um grupo não tem a visão maior do que a visão de seu líder". Em relação a missões, não se costuma ser algo diferente. A visão missionária de uma igreja dificilmente está acima da visão missionária de sua liderança pastoral. Assim, para que um igreja se torne mais e mais apaixonada e envolvida em missões, é de extrema importância que o púlpito da igreja proclame regularmente a mensagem missionária local e transcultural.

Mas se engana quem acha que missão se faz apenas de púlpito, com pregações bíblicas inflamadas. Uma igreja missionária se faz com um pastor que transmite um visão missionária bíblica e com homens e mulheres que sonham, pesquisam, planejam, mobilizam e acompanham missionários e projetos de plantação de igreja; um grupo de pessoas que ajuda a liderança a transformar a paixão missionária em projetos tangíveis e mensuráveis. São pessoas que trabalham para que as histórias missionárias da Igreja saiam das páginas do Livro de Atos para os boletins semanais da igreja local.

Cada igreja tem sua história, sua forma de governo e estrutura. Sendo assim, é importante que a liderança identifique a melhor maneira de colocar em prática a obra missionária, ajudando seus membros a identificar o chamado e a colocá-lo nos trilhos. Um grupo, um departamento ou um conselho missionário deve ser composto por pessoas apaixonadas por missões  e atentas às necessidades dos missionários em cada etapa do processo. Nas últimas décadas, a Igreja Brasileira aprendeu bastante. Para muitos, o romantismo no envio missionário Que lugar a um amadurecimento, passando a se importar com áreas nas quais o missionário era completamente desassistido. Vejamos algumas reflexões que podem ser feitas a respeito:

Identificação do Vocacionado

É preciso saber distinguir entre a paixão missionária (algo que deveria ser encontrado em todo o crente) e o chamado missionário (aquela impulsão divina que leva alguns a cruzar mares e culturas para pregar o Evangelho). Para isso, um discipulado bem realizado é de extrema importância. Nas palavras usadas por nosso querido Ronaldo Lidório" Só é bênção longe quem é bênção perto".

Apoio e Parcerias

Uma vez confirmada a vocação, é necessário discernir sobre o destino final do missionário. Muito é dito sobre a questão geográfica ("tenho chamado para tal país"), mas é talvez mais importante saber qual o perfil do missionário, quais são seus dons espirituais e se a área em que ele é frutífero se encaixa nas necessidades do campo missionário. Nesse momento, a parceria com uma agência missionária é de extrema valia, pois sua experiência com campos transculturais pode ajudar o conselho missionário a discernir melhor. Por vezes, a fase de levantamento do sustento se mostra difícil e desanimadora para alguns. Se a igreja que envia enxerga o projeto também como sendo dela, e não só do missionário, é importante que ela o ajude com contatos e portas abertas para a divulgação do trabalho a possíveis parceiros.

A Igreja

Envio e cuidado são duas palavras que não podem se separar. Quem envia deve cuidar. Se plantar igrejas no Brasil não é um tarefa fácil, o que se dirá de ter que ultrapassar barreiras geográficas, culturais, linguísticas, políticas e espirituais para pregar o Evangelho? O papel da igreja também é fundamental após o envio, pois é nesse momento que o conselho missionário deve trabalhar com dedicação para que o missionário não se sinta sozinho no campo e para que a congregação se sinta participante com ele. Os cuidados que temos com os obreiros locais devem fazer parte do cuidado com o missionário.

A igreja deve estar pronta para ser resposta para as seguintes questões: o missionário tem acesso a tratamento de saúde? Tem um plano de aposentadoria? Faz parte de uma equipe ou está só? Tem recebido correspondência da igreja que o enviou? Está conseguindo se manter com dignidade? Quem está constantemente orando por ele? Está alcançando seus objetivos?

Essas são apenas algumas das perguntas que precisamos fazer como igreja que envia, e acredito que possamos ser mais eficientes quando temos um grupo dedicado a isso, prestando contas e alinhando todo o processo com a visão da liderança efetiva da igreja. Não é necessário ter um conselho missionário ou um departamento de missões para progredir na obra missionária, mas sinceramente acredito que um grupo apaixonadamente dedicado a isso na igreja vá ajudar, e muito, a congregação a alçar voos mais altos nessa grande e preciosa tarefa.

Por Luís F. Nacif Rocha



9 de julho de 2022

O Totem da Paz


Entre os Sawis uma tribo de canibais caçadores de cabeças, a tradição era mais que uma filosofia de vida. Constituía-se num “ideal que um sem número de gerações passadas haviam concebido. organizado e aprimorado”. “Cevar com amizade”. para depois assassinar a vítima. era para eles a mais elevada forma de traição. Que tipo de impacto poderia o evangelho causar sobre um povo que veneraria Judas como um símbolo de masculinidade e consideraria o beijo da traição como a expressão suprema da deslealdade? Conheça a história impressionante de um casal de missionários que levou aos selvagens a mensagem transformadora do “Filho da Paz” enviado por Deus.

Recomendo o livro

17 de junho de 2022

O poder de um exemplar do Evangelho

Na cidade de Yu Yang, no oeste da China, um jovem comprou uma cópia do Evangelho Segundo Lucas, em seu dialeto chinês. Quando ele chegou em casa, por três dias consecutivos esteve lendo esse Evangelho sem a ajuda de qualquer pregador ou outra pessoa cristã. Lucas tomou posse de sua vida de tal maneira que o jovem chinês deixou de lado tudo que o pudesse atrapalhar, a fim de que pudesse melhor estudá-lo; enquanto isso, ele estava esperando por alguma indicação de Deus para saber o que fazer. Nisso um missionário chegou à vila e o jovem chinês descobriu com prazer que pessoas de outros países também sabiam algo sobre Jesus. Mais tarde, quando o missionário Hsu Ming-Chih se encontrou com o jovem chinês, descobriu que ele havia aprendido o Evangelho de cor de Lucas; e, o melhor de tudo, havia aprendido com o coração, porque estava praticando. Isto demonstra o que uma única cópia do Evangelho pode fazer. Toda vez que eu dou um Evangelho eu oro e acredito que produzirá um bom resultado.
W. E. Schubert / 500 Ilustraciones Cristianas - Bibliopedia

4 de junho de 2022

Missão A Voz dos Mártires

Muitas pessoas chamavam-no de “A Voz da Igreja Subterrânea” e outras referiam-se a ele como “São Paulo da Cortina de Ferro”. Este homem humilde, que começou o ministério A Voz dos Mártires, foi o Rev. Richard Wurmbrand.

A vida de Richard foi uma parceria com Sabina, igualmente incrível, com quem se casou em 26 de Outubro de 1936.

Richard Wurmbrand nasceu o mais novo de quatro meninos em uma família judia, em 24 de Março de 1909, em Bucareste, Roménia. Dotado intelectualmente e fluente em nove idiomas, Richard foi ativo na política de esquerda e trabalhou como corretor.

Conversão a Cristo

Após o seu casamento, Richard e Sabina converteram-se a Cristo, no ano de 1938, principalmente pela influência de um carpinteiro alemão chamado Wolfkes. Eles juntaram-se a Missão Anglicana para os judeus, em Bucareste. Richard foi ordenado em primeiro lugar como um anglicano, e, depois da Segunda Guerra Mundial, como um pastor luterano.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Richard e Sabina tiveram a oportunidade para o evangelismo entre as forças de ocupação alemãs. Eles também pregaram nos abrigos e salvaram crianças judias fora dos guetos.

Richard e Sabina foram repetidamente presos e espancados e, pelo menos uma vez, quase foram executados.

Sabina perdeu a sua família judia em campos de concentração nazistas. Em 1945 comunistas romenos tomaram o poder e um milhão de “convidados” das tropas russas entraram no país.

O Pr. Wurmbrand, ministrou aos seus compatriotas oprimidos e engajou-os no evangelismo ousado para os soldados russos. No mesmo ano, Richard e Sabina Wurmbrand participaram do Congresso de Cultos organizados pelo governo comunista romeno. Muitos líderes religiosos apresentaram-se para louvar o comunismo e para jurar lealdade ao novo regime.

Sabina disse: “Richard, levanta-te e lava esta vergonha da face de Cristo.” Richard advertiu: “Se eu fizer isso, tu perdes o teu marido".

Glorificar a Deus e a Cristo

Ela respondeu: “Eu não gostaria de ter um covarde como marido.” Assim, Richard declarou aos 4.000 delegados, cujos discursos foram transmitidos a toda a nação, que o seu dever é o de glorificar a Deus e a Cristo.

Em 29 de Fevereiro de 1948, a polícia secreta prendeu Richard a caminho da igreja e levou-o para a sua sede. Ele estava preso numa cela solitária e designado como “Prisioneiro Número Um".

Em 1950, a sua esposa Sabina também foi presa. Ela foi forçada a trabalhar no projeto do Canal do Danúbio, deixando o seu filho Mihai de nove anos de idade sozinho e sem-teto.

Após a sua libertação, em 1953, as autoridades romenas informaram-na que Richard havia morrido na prisão, mas um médico encontrou-o vivo.

Em uma anistia geral, Richard foi libertado, depois de ter cumprido oito anos e meio de prisão. Ele foi advertido para nunca mais pregar o Evangelho.

Enquanto estava na prisão, passou por torturas horríveis nas mãos da polícia secreta.

Apesar dos tratamentos e das advertências que recebeu dos seus perseguidores, logo após a sua libertação, Richard retomou o seu trabalho com ‘‘A Igreja Subterrânea’’.

Ele foi preso novamente e condenado a 25 anos. Foi acusado de pregar contrário à doutrina comunista. Devido ao aumento da pressão política dos países ocidentais, foi lhe concedida anistia e foi novamente libertado.

A Missão da Noruega pagou US$ 10.000 em resgate para o governo comunista permitir que a família Wurmbrand deixasse a Roménia. Vários líderes da Igreja convenceram-no a sair e a tornar-se uma “voz” para a igreja subterrânea no mundo.

Richard, Sabina, e o seu filho Mihai deixaram a Romênia e deram início a este trabalho, dedicando as suas vidas ao serviço da Igreja Perseguida.

Hoje esta Missão trabalha em mais de 50 países ajudando os nossos irmãos que sofrem por amor a Cristo. Assim se formou a Missão A VOZ DOS MÁRTIRES.

Fonte: www.vozdosmartires.com

2 de maio de 2022

A Missão é uma tarefa de mão dupla


Parece ser um exagero, mas ainda que inconsciente, muitas pessoas e igrejas têm o pensamento de que os missionários precisam mais deles, do que eles dos missionários. A ideia consolidada é de que o campo precisa do apoio da igreja local, mas a igreja local não carece de nenhuma necessidade que o campo possa suprir. Esse pensamento favorece uma noção de superioridade da igreja que envia em comparação com o campo missionário. Além disso, facilita a negativa de muitos em se envolver na missão, porque, segundo essa (falta de) visão, não se envolver com a obra missionária não prejudica em nada a igreja local. Se puder faz, mas se não puder, não tem problema.

Mas tem problema sim! Sem contar com o fato de que a missão é uma ordem de Jesus, logo uma obrigação para a igreja, e que a dedicação missionária é expressão da saúde do evangelho numa igreja local, o envolvimento com a obra missionária, se feito de maneira correta, pode ajudar, e muito, o desenvolvimento da igreja que envia.

A obra missionária está na vanguarda do estudo cultural e na comunicação do evangelho. Para cumprir com sua tarefa, o missionário precisa estudar e muito o povo que deseja alcançar. Isso é o tipo de tarefa que toda igreja precisa fazer. Para alcançar a atual geração é preciso estudá-la, conhecê-la, para identificar os pontos de contato por meio dos quais apresentaremos o evangelho. Se a igreja brasileira quiser abandonar as análises superficiais de sua própria cultura, e realmente entender o pensamento do não cristão, ela precisa olhar um pouco para o que os missionários estão fazendo no aspecto do estudo da cultura e aprender com essas ferramentas.

O testemunho dos crentes alcançados, especialmente em contexto de perseguição, serve de exemplo para renovar nossa espiritualidade. Quando olhamos com atenção para como estão vivendo os crentes ao redor do mundo, suportando a perseguição sem abandonar o evangelho, ou até mesmo caminhando dezenas de quilômetros para participar de um culto, nossa prática é questionada e nossa espiritualidade revigorada. A igreja precisa desse choque de realidade para tirar maior proveito dos recursos que Deus colocou à sua disposição.

O envolvimento da igreja local com projetos missionários é a expressão mais visível de sua obediência missionária. A igreja precisa da missão pelo simples fato de ser essa ação a expressão de sua obediência missionária. Todas as igrejas são chamadas a ser parte da Missão de Deus no mundo e toda igreja local é ao mesmo tempo um lugar de missão. Ela tem um compromisso tanto para os que estão perto como para com os que estão longe. Portanto, a participação da igreja na missão é questão de obediência, e não de preferência.

Só uma correta compreensão do Reino de Deus nos pode livrar de entender a missão como um movimento de mão única, permitindo-nos ver que todos somos parte do plano de Deus, servindo uns aos outros e precisando uns dos outros para completar a tarefa que nos foi dada.

Rev. Amós Cavalcanti, missionário da APMT no Chile.

(Por e-mail)

23 de abril de 2022

Estratégia missionária no ministério do apóstolo Paulo

Para muitos, equivocadamente, pode até parecer contraditório tentar conciliar método e estratégia com uma atitude de dependência e fé quando nos referimos à tarefa missionária. Não é o que percebemos, entretanto, no ministério do apóstolo Paulo. A questão que levantamos nesta breve reflexão é: tinha Paulo um método, uma estratégia de missão definida?

A própria ideia de missões, com base na Grande Comissão do Senhor Jesus, em Mateus 28:19-20, pressupõe uma ação estratégica, com um objetivo definido! Esse objetivo final da ação missionária é glorificar a Deus mediante a formação de discípulos (adoradores) de todas as nações.

Independentemente de ter uma estratégia formal definida, é certo que Paulo tinha um propósito claro para seu ministério pessoal e que esse propósito se posicionava dentro do propósito maior de Deus: alcançar tanto judeus quanto gentios com a mensagem do Evangelho. Toda a ação missionária de Paulo, portanto, segue esse propósito e desenvolve-se como um desdobramento natural da Grande Comissão.

Olhemos, brevemente, para alguns dos aspectos da visão estratégica no ministério do apóstolo Paulo.
 Primeiramente, no que diz respeito ao aspecto geográfico de sua ação missionária, vemos que Paulo trabalhava na perspectiva de Atos 1:8. Nesse texto, Jesus define a abrangência geográfica da ação missionária da Igreja, indicando uma estratégia de alcance que começa em Jerusalém, mas tem como fim a pregação do Evangelho a todas as nações.

Ao apresentar sua defesa, no capítulo 22 de Atos, Paulo deixa clara a visão de Deus para seu ministério no que diz respeito à sua abrangência geográfica: “Vai, porque eu te enviarei para longe, aos gentios.” (vs. 21). Novamente, quando se defende perante o Rei Agripa, no capítulo 26 de Atos, Paulo afirma: “Pelo que, ó rei Agripa, não fui desobediente à visão celestial, mas anunciei primeiramente aos de Damasco e em Jerusalém, por toda a região da Judeia, e aos gentios, que se arrependessem e se convertessem a Deus, praticando obras dignas de arrependimento”. (vs. 19-20).

Uma análise das viagens missionárias de Paulo mostra que ele avançava e depois retornava.

Havia a preocupação de Paulo em fortalecer as igrejas que haviam sido plantadas (Atos 15:36), mas é evidente que Paulo tinha também a preocupação de ir mais longe. Um exemplo claro disso está em Romanos 15:24 e 28 onde vemos a intenção de seguir até a Espanha. Paulo parece compactuar com a visão de que a igreja tem um chamado apostólico, uma missão apostólica para proclamar o Evangelho às nações.

Olhando para aquele que seria o método de Paulo para a expansão do Reino, podemos destacar o discipulado e a plantação de igrejas. Assim como no ministério do Senhor Jesus, o discipulado para Paulo foi o meio divinamente orientado para o fortalecimento dos convertidos e para a plantação de igrejas maduras. A formação de discípulos de Cristo era, portanto, não somente o objetivo final do ministério de Paulo, mas também o principal recurso para enfrentar as principais forças que agiam contra a fé cristã.

Paulo mostrava grande preocupação em fortalecer as igrejas que iam sendo plantadas. Havia muitas forças agindo no sentido de barrar seu ministério e o crescimento da Igreja. Essas forças consistiam tanto na idolatria que dominava muitas das cidades onde o Evangelho havia sido pregado, como também na resistência dos judeus incrédulos. Em Bereia (Atos 17:10-15), por exemplo, logo após os ensinamentos de Paulo e Silas, e da boa aceitação do Evangelho por parte daquelas pessoas, vemos a resistência dos judeus que “…foram lá excitar e perturbar o povo” (vs. 13).

Essas “forças perturbadoras” do povo não foram exclusividade do ministério dos apóstolos. O Senhor Jesus também havia enfrentado essa oposição, daí a ênfase de seu ministério no discipulado de alguns homens, preparando-os para ensinar e conduzir aqueles que eram salvos.

O discipulado continua sendo ação básica, elementar, e uma ferramenta fundamental dentro de nossa estratégia missionária atual. Qualquer estratégia de plantação e crescimento de igreja que negligencie o discipulado pode ser considerada, no mínimo, equivocada. A plantação de novas igrejas é o resultado natural do discipulado e é também uma maneira de permitir que o fruto permaneça. Em resumo, a estratégia de missão do Novo Testamento enfatiza o evangelismo, ganhando convertidos, e multiplicando igrejas.

Olhando agora para o teor da mensagem de Paulo, chamamos a atenção para sua capacidade de manter-se fiel à verdade das Escrituras e apresentá-la de forma relevante aos seus ouvintes. Como bem escreve Michael Green (Evangelização na Igreja Primitiva, pg. 140), “A evangelização jamais é proclamação num vácuo; é sempre a pessoas, e por isto a mensagem deve ser transmitida em termos que façam sentido para elas”. Paulo compreendia bem esse princípio. Ao pregar nas sinagogas, começava seu discurso pelas Escrituras, mas ao falar aos atenienses em Atos 17, o ponto de partida é outro: a religiosidade dos ouvintes e a apresentação do “Deus que fez o mundo […]” (Atos 17:24).

Outra característica da mensagem de Paulo, no que diz respeito ao seu conteúdo, era a ênfase na doutrina da reconciliação. Segundo ele, quando a igreja perde o contato com a verdade dessa doutrina, ela foge da essência de sua missão em comunicar a mensagem de reconciliação do homem com Deus.
 É triste vermos como muitas igrejas hoje têm sido tentadas a trocar a mensagem simples do Evangelho e a doutrina da reconciliação do homem com Deus por algo novo ou mais “sofisticado”. É certo que devemos procurar apresentar o Evangelho de forma contemporânea e relevante para os ouvintes de hoje, mas os princípios que nortearam a ação estratégica de Paulo ainda são válidos para nossa estratégia missionária hoje.

Certamente, temos muito a aprender com o modelo estratégico de Paulo, que se desenvolve em plena sintonia com a Grande Comissão do Senhor Jesus, sempre movido e orientado pelo Espírito. O que temos visto atualmente, porém, é uma tentativa de lançar mão de estratégias e métodos complexos, mas sem uma genuína perspectiva missionária fundamentada nas Escrituras. Algumas igrejas simplesmente perderam o foco, fugiram de seu propósito como Igreja de Cristo, se afastaram da Missão de Deus.

Paulo incorporava o modelo natural estratégico da Grande Comissão que começava com o alcance de indivíduos com vistas ao alcance do mundo.
 Não é possível chegarmos a outra conclusão após uma reflexão sobre estratégia de missão a partir do exemplo de Paulo senão que, segundo as palavras de Robert Coleman (O plano mestre de evangelismo, pg. 129): “Não há necessidade de melhores métodos, e, sim, de melhores homens (e mulheres!)… que queiram tão somente que Cristo produza a Sua vida neles e através deles, de acordo com a Sua boa vontade”. Homens e mulheres que, antes de lançar mãos de métodos, se lançam nas mãos de Deus. Homens e mulheres com atitude estratégica, mas movidos pelo Espírito.

Luciano de Azevedo

www.apmt.org.br

A APMT (Agência Presbiteriana de Missões Transculturais) conta com 260 missionários presentes em 40 países, atuando na Base Indígena, Base Europa, Base África Austral e Base Oriente Médio. E mais de 150 candidatos estão se preparando atualmente para responder ao chamado de Deus entre os povos não alcançados e menos evangelizados em contextos transculturais dentro e fora do Brasil.

19 de abril de 2022

Ucrânia, por conta da perseguição

A Ucrânia, segunda maior nação em extensão territorial na Europa, é a primeira na lista de problemas no Velho Continente. A crise pela qual a Ucrânia passa desde o final de 2013 mergulhou o país em um conflito armado entre rebeldes pró-Rússia e forças do governo que lutam pela integridade do território ucraniano, principalmente após a anexação, pelos russos, da península da Crimeia, em 2014

Várias igrejas foram queimadas no país desde então. Mas segundo os missionários que seguem firmes no propósito de anunciar o Evangelho aos ucranianos,  muitas vezes Deus usa um método antigo e doloroso, porém eficaz, o mesmo que foi usado para com a igreja de Jerusalém: perseguição e dispersão. Por conta da perseguição, cristãos têm sido obrigados a se deslocar para outras regiões e, chegando lá, encontram pessoas sedentas da Palavra de Deus.

www.missoesmundiais.com.br

Continuemos a orar em favor de nossos irmãos ucranianos. Certamente as orações serão ouvidas e Deus restaurará essa situação grave, transformando-a num momento de renovação espiritual com muita esperança.