29 de outubro de 2010

PETER CARTWRIGHT

Aqui está um pequeno episódio da vida de Peter Cartwright, contado por ele mesmo. Nos primeiros dias de seu ministério itinerante, nas matas virgens de Kentucky, havia uma taverna pertencente a um notório valentão. Sua repetida ostentação em voz alta era: “Nenhum pregador permanece aqui”. Cartwright estava cavalgando em seu circuito ali naquela vizinhança; havia ouvido a jactância, mas permaneceu firme no seu caminho. Notícias da aproximação do pregador foram levadas ao taverneiro, que saiu quando viu Cartwright aproximar-se. O valentão ordenou ao pregador que voltasse ou levaria uma surra. Peter Cartwright nunca gostou de “receber ordens” de ninguém, nem mesmo em seus últimos anos, dos bispos da Igreja Metodista Episcopal! Apeou do cavalo e a briga se desenrolou. Logo ele tinha o taverneiro no chão e esmurrava-o vigorosamente, enquanto cantava: “saudai o nome de Jesus”. Fez o valentão prometer nunca mais interferir com os pregadores; mas Peter teve que cantar três estrofes até o homem concordar!

Isso, certamente, não estava de acordo com a Disciplina Metodista, ou com qualquer etiqueta ortodoxa eclesiástica; mas estava de acordo com a natureza do homem e com a vida de uma fronteira selvagem.

Tal incidente, que se multiplicou muitas vezes na própria autobiografia de Cartwright, e centenas de vezes nas lendas que se formaram sobre ele, indica um aspecto da admirável carreira e personalidade do homem. Ele se projeta como um homem de lendário vigor físico, rápida adaptabilidade a todas as condições de vida, agudeza de espírito e admirável poder de voz pungente e uma devoção firme ao evangelho e à Igreja. Ele era o único – não tirado de um molde – uma demonstração da verdade que “Deus cumpre suas promessas de muitas maneiras”, para que um bom costume (ou um só tipo de pregador) não corrompa o mundo.

Peter Cartwright cresceu em Kentucky, quando esse Estado ainda era “terra escura e sangrenta”. Serviu toda a vida, desde o começo, como pregador itinerante, em Kentucky, com a idade de dezoito anos, até a morte, em 1872, 69 anos de prodigioso trabalho, nos estados de Kentucky, Indiana e Illinois. Por vinte anos foi itinerante e por cinqüenta superintendente distrital. A riqueza da história de seu espírito, seu poder ao tratar com homens violentos, não devem obscurecer a lembrança de sua sabedoria, sólido senso e dedicação religiosa, assim como o conhecimento do senso de humor possuído pelo grande amigo de Cartwright, Abrahão Lincoln, não deve obscurecer a apreciação de sua grandeza moral.

Aqui está uma descrição contemporânea de Cartwright, com um pouco de imaginação: “Sua boca e olhos, tanto quanto a radiante graça da parte superior de suas faces, falam de uma natureza bondosa e sociável. Sua cabeça é grande e firmemente sustentada entre amplos e compactos ombros. Sua testa é larga e encimada por uma emaranhada massa de cabelo cinzento férreo. Seus olhos são intensamente profundos em cor e brilham como fogo, sob as felpudas sobrancelhas, e nos cantos dos olhos ostenta profundas rugas. Sua pele nunca clara, é bastante queimada pelo sol.

Aqui está o homem em ação aos setenta anos: “cavalgou 70 quilômetros sob chuva, pregou a muitas congregações, recebeu, para as despesas, 15 centavos de dólar e para as refeições doze grandes maçãs.”

Ele chamava a si mesmo “o lavrador de Deus”. A lâmina do seu arado penetrou profundamente na vida da nação e das igrejas.

E, havendo posto a mão ao arado, nunca olhou para trás.

Do Livro "Linha de Esplendor Sem Fim"

Via: http://teologiamakarios.blogspot.com

22 de outubro de 2010

CONGRESSO DE LAUSANNE

Verdade e perseguição religiosa são as ênfases do segundo dia

O segundo dia do Congresso de Lausanne em Cape Town trouxe como ênfase a importância da verdade contra a tendência ao relativismo na sociedade contemporânea. O teólogo chinês Carver Yu reconheceu a pluralidade, mas combateu o pluralismo. Para ele, a primeira faz parte da cultura humana, mas o segundo é algo totalmente diferente. “O pluralismo é uma ideologia que proclama que a verdade é uma construção cultural válida somente para a cultura que a construiu”. Segundo Carver, “só podemos provar ao mundo a verdade por meio da transformação das nossas vidas”.

O teólogo alemão Michael Herbst lembrou que a verdade é uma pessoa. “Olhar para Jesus e buscar a verdade”, disse. Já o escritor Os Guiness ressaltou que o conteúdo da Bíblia parece indecente para o mundo moderno, mas se olharmos mais profundamente, ele é fundamental para este mundo. Os Guiness listou algumas razões pelas quais, em sua opinião, a verdade cristã é importante: honra ao Deus da verdade, equilibra emoção e razão, avança em favor da humanidade, fundamenta a proclamação da fé, combate a hipocrisia e o mal, e nos ajuda a crescer na transformação em Jesus Cristo.

O teólogo colombiano Harold Segura é um dos participantes latino-americanos no Congresso. Ele fez uma uma síntese da temática do dia:

Se analisarmos pelas declarações finais dos congressos, diriamos, então, que enquanto Lausanne I partiu da intencionalidade missionária do Deus Criador e Senhor do mundo (o primeiro capítulo do Pacto de Lausanne é ‘O Propósito de Deus’), Lausanne II partiu de uma série de afirmações chaves da fé evangélica (o Manifesto de Manila apresenta 21 afirmações, em sua maioria de caráter doutrinário), Lausanne III decidiu partir da defesa da verdade, diante de um diagnóstico absoluto de que o pluralismo, a secularização e o mundo globalizado são os males sobre os quais devemos responder. Ao que parece, a defesa da verdade é a proposta pastoral que pretende orientar nossa travessia missionária. Isso se não foi dito algo diferente nas mesas de diálogo ou nas sistematizações dos grupos pequenos”.

Estudo de Efésios

O dia começou com louvores em várias línguas e com o estudo do primeiro capítulo de Efésios. O expositor foi o teólogo de Sri Lanka, Ajith Fernando. Para ele, o texto bíblico mostra a natureza da salvação de Deus por nós. “Redenção, sangue, perdão e graça transbordante são novas expressões usadas por Paulo para falar sobre salvação”. Fernando afirmou que a salvação traz um conceito mais completo sobre Deus do que normalmente compreendemos. “Ver Cristo como alguém que supre as necessidades pessoais é um ponto inicial, mas não é só isso. Deus está marchando para a vitória final. Ele tem um plano, um propósito para o mundo. O Evangelho é mais profundo , mais rico e maior do que a ideia de Deus suprindo as necessidades imediatas”.

Nos grupos pequenos, os participantes puderam estudar de forma indutiva o texto exposto por Ajith Fernando. O pastor guatemalteco, German Hernany, disse que seu país não tem problemas com a liberdade de pregação do Evangelho, mas o maior obstáculo para isso é a falta de unidade da igreja. Já o pastor espanhol Estevan Muñoz disse que em seu país uma visão secularizada e a indiferença sobre Deus são os grandes desafios.

À tarde, os participantes puderam escolher vários seminários, com mais de um preletor cada, chamados “multiplex”. No multiplex sobre mídia e missões, os preletores destacaram a grande importância dos canais de comunicação cristãos na formação e na defesa da verdade no mundo hoje.

Deus movendo a igreja

A noite deste segundo dia de programação foi dedicada a uma visão panorâmica de como Deus está movendo a igreja no mundo, em especial em contextos de perseguição e violência religiosa. Documentários em vídeo informaram histórias de perseguição contra cristãos na Colômbia, na África Ocidental, no Oriente Médio, no Vietnã, no Uzbequistão, no Turquemenistão e no México. “Policiais vieram à igreja, esperando descobrir algo errado. Identificaram no conteúdo do sermão. Fui preso, mas pude compartilhar o evangelho na prisão. Trinta presos se converteram a Cristo”, disse, em vídeo, um pastor vietnamita.

Os congressistas oraram juntos pela situação da igreja na China. Muitos chineses que participariam do Congresso de Lausanne foram impedidos de sair do seu país.

Os 4.200 participantes se emocionaram com o testemunho ao vivo de uma jovem moça da Coréia do Norte. Seus pais foram perseguidos politicamente e a família teve que mudar para a China. O pai se converteu e se tornou missionário na Coréia do Norte. Por conta disso, morreu fuzilado pelo governo anos depois. Hoje, a filha mora na Coreia do Sul e está estudando para o vestibular. Quer lutar pelos direitos humanos em sua terra natal. O testemunho da jovem arrancou lágrimas e aplausos de mais de 3 minutos dos participantes.

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Evento discute rumos da Evangelização Mundial

Começou no domingo, 17 de outubro de 2010, na Cidade do Cabo, o Terceiro Congresso Lausanne sobre Evangelização Mundial. Ele reúne 4 mil participantes convidados de 197 países e chega a 90 países através do GlobalLink. O tema do congresso é “Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo” (2 Coríntios 5:19) e o testemunho de Jesus Cristo e de todos os seus ensinamentos em todas as regiões do mundo e em todas as esferas da sociedade.

O Movimento Lausanne, fundado por Billy Graham, tem como único objetivo reunir evangélicos em um propósito comum. O Congresso reafirma as verdades bíblicas fundamentais do cristianismo e discute os temas críticos que a Igreja certamente enfrentará durante a próxima década. Esses temas foram identificados através de reflexões em todo o mundo.

O presidente do Movimento Lausanne, Doug Birdsall, afirmou: “Trabalhamos para envolver os líderes evangélicos de todos os continentes. Este é o primeiro Congresso da era digital com este perfil e oramos para que ele anuncie um novo momento para a Igreja”.

Nesta era da informação, será intenso o tráfego no site do Congresso em seus oito idiomas, e as emissoras de rádio transmitem programas para toda a África e para a América Latina sobre os temas discutidos.

O Congresso Lausanne sobre a Evangelização do Mundo de 1974 gerou o Pacto de Lausanne, amplamente reconhecido como o documento de maior importância na história recente da igreja. Ao refletir sobre isso, o Arcebispo Henry Orombi, presidente do Comitê Anfitrião na África declarou: “Submissos a Deus, o legado do Terceiro Congresso depende de nós!”. Neste congresso será gerado O Compromisso da Cidade do Cabo - uma declaração de fé e um chamado à ação. O Dr. Chris Wright, diretor da Lagham Partnership International, é o principal arquiteto desta nova declaração, um trabalho feito em parceria com teólogos respeitados de todos os continentes.

Cada um dos seis dias do Congresso se iniciará com o estudo de Efésios, liderado por pastores teólogos de todo o mundo. “Estudaremos Efésios como uma comunidade global”, afirmou Blair Carson, diretor do Congresso. “Queremos formar uma base para um novo movimento de comunicação do evangelho de Jesus Cristo”.

John Stott e Billy Graham enviaram suas saudações pessoais, comprometendo-se a orar diariamente. Atualmente, ambos estão mais fragilizados, entretanto, não perderam sua paixão por Cristo e por Seu evangelho. Ao refletir sobre as imensas mudanças que ocorrem no mundo, Billy Graham escreveu de sua casa na Carolina do Norte: “Uma das tarefas que terão durante o Cape Town 2010 será analisar essas mudanças e avaliar o impacto delas na missão para a qual Deus nos chama hoje”.

John Stott manifestou sua satisfação pessoal com o fato do Congresso ser realizado na África: “Minha oração é que vocês partilhem ricamente a bênção que Deus tem derramado sobre a Igreja neste continente assim como a dor e o sofrimento do seu povo ali”.

Os participantes do Congresso contam com apoio desses grandes homens.

http://www.creio.com.br/2008/noticias01.asp?noticia=10767

18 de outubro de 2010

JONAS: CHAMADA, DESOBEDIÊNCIA E RESTAURAÇÃO


1. O DEUS DA BÍBLIA É UM DEUS QUE CHAMA

a. Chama porque tem autoridade
b. Chama porque tem propósitos
c. Chama porque tem pessoas disponíveis
d. Chama a quem Ele deseja
e. Chama para onde julga necessário

2. DEUS CHAMOU A JONAS

a. Um chamado específico
b. Um chamado emergente
c. Um chamado intransferível

3. A REAÇÃO DE JONAS AO CHAMADO DE DEUS

a. Jonas decidiu não ir para onde Deus o enviou
b. Jonas decidir ir para onde Deus não o enviou
c. Jonas ignorou o sentido de sua chamada
d. Jonas foi diferente de Isaias e de Paulo
i. Isaias disse: “Eis-me aqui...”
ii. Paulo disse: “Que queres que eu faça?”

4. A PERIGOSA VIAGEM PARA TARSIS

a. Perigosa porque Jonas tentava fugir de diante do Senhor
b. Perigosa porque não cumpria a rota estabelecida por Deus
c. Perigosa porque não contava com a aprovação de Deus

5. A DUALIDADE REGISTRADA NA BÍBLIA

a. Duas estradas, dois caminhos, duas portas.
b. Tarsis ou Nínive?
c. A vontade de Deus e a vontade pessoal

6. A NATUREZA DO CHAMADO DE JONAS

a. Um chamado pessoal – somente para ele.
b. Um chamado espiritual – tinha em vista a transformação de Nínive.
c. Um chamado bíblico – para que ele pregasse a Palavra.
d. Um chamado poderoso – era acompanhado de autoridade.

7. JONAS FOI CHAMADO PARA IR A NÍNIVE

a. Cidade fundada por Ninrode.
b. Corresponde ao atual Iraque
c. As ruas tinham 20 km de comprimento.
d. Capital da Assíria, uma cidade altamente pecadora.

8. O QUE DEUS ESPERAVA DE JONAS

a. Obediência
b. Determinação
c. Dedicação
d. Compaixão

9. OS PASSOS DESCENDENTES DE JONAS

a. Desceu a Jope
b. Desceu para o porão do navio
c. Desceu para o ventre do peixe
d. Desceu para o fundo do mar

10. A RESTAURAÇÃO DE JONAS

a. Jonas se arrependeu de sua desobediência
b. Jonas orou ao Senhor
c. O Senhor deu a Jonas uma segunda oportunidade
d. Ele realizou um grande trabalho em Nínive
e. Houve um grande avivamento na cidade
f. Jonas foi honrado pelo Senhor Jesus.

(http://bancodedadosbiblico.blogspot.com)

12 de outubro de 2010

SAMUEL HEDLUND

Samuel Hedlund nasceu em 4 de maio de 1890, na cidade de Eskilstuna, na Suécia. Converteu-se a Cristo em 23 de novembro de 1918, passando a congregar na Igreja Filadélfia, em Estocolmo, liderada pelo pastor Lewi Pethrus. Casou-se em 1920 com a irmã Tora Larsson, com quem teve três filhas: Noemi Teresia, Dorothy Charlotte e Lilian (falecida aos 4 anos).

O irmão Hedlund recebeu, na Suécia, a chamada para trabalhar no Brasil. Ela veio através de um arrebatamento espiritual. Naquele dia, Hedlund foi levado a um campo de trigo, que balançava ao sopro do vento. Ele estava com a Bíblia na mão. Jesus caminhava à frente, no meio do trigal, até que atingiram um terreno cheio de palmeiras. Naquele lugar, uma gente que ali estava olhava atentamente para ele. À medida que Hedlund pregava a mensagem do Evangelho, o povo batia palmas e uma voz na multidão ecoava: "Brasil, Brasil, Brasil". Nesse instante, ele despertou. Estava ajoelhado e com a Bíblia aberta à sua frente.

À noite, Hedlund foi ao culto na sua igreja, onde ouviu aquela mesma voz falando ao seu coração: "Brasil, Brasil, Brasil". Sua reação foi abrir os lábios em oração, dizendo: "Jesus, abençoa o Brasil". Foi quando o irmão Alfredo Gustafsson, que estava próximo, lhe disse: "É a chamada de Deus para a sua vida".

Ao ser informado do fato, pastor Lewi Pethrus corroborou as palavras do irmão Alfredo, afirmando: "Sei disso há muito tempo". O ministério da Igreja Filadélfia, em Estocolmo, sentiu o mesmo. Tora, a esposa de Hedlund, disse-lhe que há tempo Deus tinha feito com que sentisse o mesmo. Então, em 1920, Samuel Hedlund foi consagrado ao santo ministério. Obedecendo à chamada de Deus, foi enviado com sua esposa ao Brasil.

Em 8 de abril de 1921, o casal Hedlund desembarcou no porto de Recife, capital pernambucana. Ali, deram o seu substancial apoio à obra iniciada pelo casal Joel e Signe Carlson. Samuel pregava, visitava enfermos e viajava a cidades longínquas.

Em novembro de 1930, embora Gunnar Vingren ainda continuasse à frente do trabalho no Rio de Janeiro, Hedlund assume o pastorado da Assembleia de Deus no Rio, com o propósito de auxiliar Vingren no que era necessário. Naquele mesmo ano, Samuel Nystrom chegara ao Rio para também ajudar Vingren. Em 1932, Nystrom assumiria a igreja no Rio de Janeiro. Hedlund, juntamente com o irmão Jahn Sorheim, continuaria ao lado de Nystrom, ajudando-o. Nesse período, foi pioneiro na evangelização da cidade de Niterói (RJ). Foi ali que perdeu sua filha Lilian, aos 4 anos. Depois, foi a São Paulo.

Pastor Hedlund liderou a Assembleia de Deus em São Paulo, atualmente Ministério do Belenzinho, até 15 de abril de 1935, quando voltou à Suécia para um período de descanso. Antes da viagem à Suécia, Hedlund fora fichado, juntamente com o jornal Mensageiro da Paz, pelo Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Deops) da Ditadura Vargas porque o jornal publicara, em sua edição da segunda quinzena de fevereiro de 1935, um artigo de sua autoria denominado "Bolchevismo batalhando contra o Cristianismo", onde Hedlund fala da perseguição da Rússia comunista aos cristãos. O artigo foi entendido como uma indireta à fascista Ditadura Vargas, que prendia e perseguia discordantes do regime. Aquela edição foi confiscada e foi aberto um prontuário contra Hedlund. O Mensageiro da Paz foi fichado no Deops como "jornal religioso, anticomunista e antivarguista", mas isso não impediu que continuasse a circular e que Hedlund continuasse a escrever e a pregar o Evangelho.

Em abril de 1936, sabendo que missionários Simon Lundgren e Ester Anderson já haviam visitado Campinas (SP) e desenvolvido um grande trabalho de evangelização através de literaturas, Samuel Hedlund fixou residência na cidade verdejante. No mesmo ano, alugou um salão na Rua Regente Feijó, 337, onde se realizaram os primeiros cultos, assistidos apenas pelos Hedlund e um senhor que fora evangelizado.

A seguir converteram-se Joaquina Maria do Espírito Santo e Atílio Perrot. Atílio era um açougueiro tido na região como valentão e promotor de desordens. Por isso, era muito temido. A esposa do missionário convidara Joaquina, esposa de Atílio, para assistir a um culto. Na reunião, ela entregou-se a Jesus, e por isso passou a ser maltratada pelo marido. Hedlund resolveu visitá-lo, mas foi expulso da casa de Atílio, que esbravejou: "Você ganhou a minha esposa, mas a mim você não ganha. Sou católico apostólico romano e sei o que faço”.

O homem de Deus não se deu por vencido e continuou orando e visitando Atílio, até que ele se converteu.

Três meses depois, em 18 de setembro de 1936, o missionário Samuel Hedlund realizou o primeiro batismo em águas, e entre os batizandos estavam Atílio e a esposa. A alegria enchia-lhes o rosto. No ato, o missionário quebrou em público o revólver que pertencera ao ex-desordeiro. Esse testemunho impactou a cidade e o trabalho começou a crescer. As conversões se multiplicaram e o salão se tornou pequeno para comportar o povo. Hedlund, então, alugou um novo salão muito maior, que logo ficou também superlotado.

Quando Samuel Hedlund se transferiu de Campinas para Recife em 1941, as estacas estavam bem firmadas e o Evangelho já se estendia por todas as partes da cidade paulista e localidades vizinhas.

Em Recife, o casal Hedlund auxiliou o casal Carlson por algum tempo. Posteriormente, retornou à Suécia, onde veio a falecer, em 28 de abril de 1983. Sua esposa, Tora, morreu em 31 de maio de 1988, aos 98 anos.

Sem dúvida, o casal de missionários Samuel e Tora Hedlund foi um grande exemplo de persistência e fé na obra do Senhor.

(Mensageiro da Paz, outubro 2010)

5 de outubro de 2010

EVANGELHO DA RUA

por Marcos Soares

Amigos, fico profundamente consternado quando comprovo a veracidade das palavras de Jesus, quando afirmou: “os filhos das trevas são mais prudentes do que os filhos da luz”. Não porque em algum momento tenha questionado o ensino do Senhor nem por ter duvidado de que ele sempre falou a verdade. É que toda hora a gente chega atrasado. Não é raro ver na boca de pessoas que não conhecem a Deus, pelo contrário, às vezes são contra, aquilo que a gente deveria ter falado antes de acontecer. Posturas que deveríamos, como voz de Deus no mundo, ter denunciado em nossa missão profética de Igreja. Mais ou menos como Jonas, temos que acabar ouvindo dos marinheiros pagãos palavras mais sábias do que as do profeta.

Entendo a igreja como uma agência profética. Não no sentido das místicas “profetadas” muito comuns em alguns círculos ditos evangélicos. Não nos arroubos megalomaníacos de gente falando em nome de Deus o que Deus nunca sonhou em falar. Não daqueles que “determinam” isso ou aquilo na vida dos outros, muito menos dos que profetizam a “bênção infalível” aos que contribuem para o seu próprio sucesso financeiro. Isto não é profecia, é mercadejar a fé. Quando falo em missão profética da Igreja, uso a expressão no sentido bíblico. Somos o povo de Deus que reflete ao mundo o que Deus pensa e quer. Não há outra mensagem a ser pregada pela Igreja a não ser a mensagem do Evangelho de Jesus. É a única maneira de transformar o mundo e preserva-lo da degradação total. Neste sentido singular, somos o nervo exposto de Deus. Choramos por aquilo que Deus choraria. Erguemos nossa voz contra aquilo que Deus já ergueu. Compreendo que nosso papel não é exatamente o mesmo dos profetas do Antigo Testamento, mas não posso deixar de pensar que em muitos aspectos, muito se assemelha.

É bom que se diga: a mensagem do Evangelho sempre foi acompanhada pelos resultados do Evangelho nas vidas dos que nele creram. Ou seja, o Evangelho, além de verbalizado, pode ser visto. São as atitudes dos cristãos e o posicionamento da Igreja, como um Corpo, que permitem àqueles que ainda estão perdidos terem uma ideia do que significa crer em Jesus Cristo como Senhor e Salvador. É o Evangelho da rua que comprova o Evangelho do templo. Por sinal, a igreja primitiva não conhecia tal coisa como um “Evangelho do templo”, até porque nem os templos existiam. Eles são uma das resultantes do tempo em que Constantino resolveu estatizar a fé. Até aquele tempo, os cristãos estavam muito pouco preocupados (se é que em algum momento se preocuparam) com a forma, a pompa ou o conforto do lugar onde se reuniam para cultuar a Deus juntos. Ao invés de gastarem fortunas comprando terrenos e construindo templos caríssimos (operação muito mais ligada às religiões pagãs, que necessitavam de uma aparência física que impressionasse seus fieis), eles usavam seu dinheiro de maneira solidária, de tal forma que não houvesse entre eles necessitados, embora houvesse um claro respeito pela propriedade privada e existissem cristãos ricos e pobres. Quando Paulo pediu dinheiro, não foi para seu projeto pessoal, mas para beneficiar os crentes em necessidade na Judéia. Até isso hoje em dia se faz em nome do Evangelho. As construções de templos estão cada vez mais sofisticadas, caras e inúteis. Quanto dinheiro está empatado em imóveis que são usados duas ou três vezes por semana!

Esses dias fiquei com vergonha do Serginho Groisman. Não tenho nada pessoal contra esse rapaz, mas já o ouvi o suficiente para perceber que ele também defende muita coisa que não presta, estilos de vida anti-Deus, que vão contra os princípios bíblicos sobre a juventude. Longe de mim recomendar os programas que ele dirige para gente que anda com Deus. Justamente por tudo isso é que fiquei com vergonha. Por que teve que partir dele uma iniciativa para combater o bullying entre os jovens? Por que o espaço tinha que vir num programa da Rede Globo, que ajuda (como de resto toda a mídia corrompida) a disseminar um padrão de valores e conceitos completamente anticristãos? Como é que a gente não se tocou a respeito disso antes? Muito antes de surgir este assunto na mídia, Tiago já ensinava que “não devemos ter a fé em nosso Senhor Jesus Cristo em acepção de pessoas” e criticava duramente quem praticava tal ato.

Mais ainda: por que tem que ser o Datena para levantar uma bandeira contra a violência contra a mulher? Por que tinha que ser o Levy Fidelix o único candidato a dizer claramente que é contra o aborto e o casamento de pessoas do mesmo sexo?

Talvez seja porque nosso Evangelho de fim-de-semana esteja confinado feito gado aos nossos rituais, gestos, cerimônias, jargões, frases de efeito, sem conexão com a rua e com o mercado. Pode haver um ou outro desagravo isolado, aqui ou ali, mas em geral, não estamos dispostos sequer a tratar estes assuntos dentro dos nossos próprios arraiais. Você quer apostar quanto que se começarmos a conscientizar mulheres cristãs, haverá muitas que denunciarão agressões (inclusive físicas) de seus charmosos maridões, entre eles diáconos, presbíteros, pastores, missionários, professores de escola dominical, entre outros respeitáveis cidadãos?

O Evangelho precisa ir para a rua. Não em passeatas e marchas, que carregam nos seus passos esquisitices inexplicáveis e até incompatíveis com o verdadeiro Evangelho. Para precisa ir para a rua nas atitudes responsáveis daqueles que o professam.

http://www.irmaos.com

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O fenômeno Bullying é usado no sentido de identificar ações provindas dos termos zoar, gozar, tiranizar, ameaçar, intimidar, isolar, ignorar, humilhar, perseguir, ofender, agredir, ferir, discriminar e apelidar pessoas com nomes maldosos, que na grande maioria das vezes tem origem nas escolas através dos jovens alunos que assim praticam tais maldades contra determinados colegas que possuem algum defeito físico, assim como, os relacionados à crença, raça, opção sexual ou aos que carregam algo fora do normal no seu jeito de ser.
Archimedes Marques (delegado de Policia no Estado de Sergipe).
Texto integral: http://cachorroluco.blogspot.com