22 de dezembro de 2009

CARTÃO DE NATAL DA ÁFRICA

Mulheres africanas confeccionaram este cartão de Natal, em Uganda, onde o Missionário Locatelli trabalha na Obra de Deus.

(Gentileza de Raquel Haetinger, de Cachoeira do Sul, RS).

18 de dezembro de 2009

O VALOR DE UM FOLHETO

Nilson Dimárzio

Sebastião Custódio da Silva e Antônio Messias eram bons cooperadores nos trabalhos de evangelização, membros da Igreja em São João da Boa Vista, Estado de São Paulo.

Um dos trabalhos que mais apreciavam era o culto de evangelização ao ar livre.

Certa vez, estando ambos em Aguaí, cidade próxima, num dia de Finados, aproveitaram a oportunidade para realizar um trabalho dessa natureza na porta do cemitério. Acompanhados por um grupo de crentes, para lá se dirigiram desejosos de anunciar as boas novas de salvação por meio de Jesus Cristo.

Por ali passavam muitas pessoas. Algumas, paravam para ouvir os cânticos e a pregação, enquanto que outras, indiferentes, passavam de largo, sem dar atenção aos servos de Deus.

E, enquanto o abençoado trabalho de evangelização era realizado, ali estava, nas proximidades, um velho amigo de Sebastião, chamado Ramon, vendendo melancias.

Terminada a reunião junto à porta do cemitério, Sebastião e Messias passaram a distribuir folhetos evangelísticos entre os transeuntes. E, ao passarem junto ao vendedor de melancias, este, em tom de brincadeira, disse ao Sebastião: "Como eu nunca lhe dei nada, leve esta melancia" , colocando-a, em seguida, nas mãos do amigo. Este, ao receber e agradecer o presente inesperado, diz ao amigo, parafraseando as palavras que ouvira: "Ramon, como eu nunca lhe dei nada, leve este folheto."

Despediram-se sorridentes. Sebastião e Messias continuaram semeando a boa semente, enquanto Ramon, não tendo tempo ou interesse em ler aquele folheto, apenas leu o título antes de guardá-lo. Aliás, um título muito interessante: "Onde Passarás a Eternidade?"

Três meses depois, Ramon veio a enfrentar um grande sofrimento. E tão grande foi a tormenta que, por pouco não o levou ao desespero. Mas, como Deus muitas vezes nos fala através do sofrimento, ele fez com que Ramon se lembrasse do folheto que havia guardado. E, com a alma sequiosa de paz, leu-o com sofreguidão. E enquanto lia e meditava na mensagem do folheto, sentiu o desejo de ir a São João da Boa Vista a procura de um pastor que o ajudasse naquela hora difícil. E, ao fazê-lo, encontrou, na pessoa do pastor Francisco Alves Sobrinho, a ajuda necessária e toda orientação espiritual.

Dentro em pouco, não só o Sr. Ramon se converteu, mas toda a sua família. Os problemas foram resolvidos e a paz e a alegria resultantes da atuação poderosa do Espírito Santo tornaram-se uma realidade em suas vidas.

E note-se que toda aquela chuva de bênçãos começou a cair com a leitura de um folheto.

Eis porque precisamos acreditar mais no valor da página impressa, como poderoso meio de divulgação do Evangelho. Em particular, no valor de um folheto, quando bem escrito, em bom papel e com boa apresentação gráfica, sem dúvida, pode ser usado pelo Espírito de Deus para orientar, confortar e salvar as almas sedentas de paz e esperança eterna.

O leitor costuma distribuir folhetos evangelísticos? Ah, nunca os distribui? Então, comece hoje essa distribuição. Faça dessa distribuição um ministério em sua vida diária. Tenha sempre à mão folhetos próprios para distribuir em hospitais, em escolas, em consultórios médicos ou dentários. Aproveite também as oportunidades que surgem durante as viagens; espalhando as bênçãos do Evangelho em muitas almas, que talvez estejam sedentas da verdade.

Torne-se, assim, um ganhador de vidas para Cristo. E esteja certo que dessa situação resultarão muitas bênçãos para a sua própria vida e para aqueles que vivem ainda sem Cristo e sem salvação.

(O Jornal Batista)
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FOLHETO

O pregador silencioso
As vantagens desse pregador

Ele prega no silêncio.
Ele acompanha o pecador.
Ele é um pregador temperado e paciente.
Ele não discorda com o incrédulo.
Ele deixa o pecador lhe ofender, amassar e rasgar.
Ele é humilde e resignado.
Ele não desanima, nem perde a esperança.
Ele tem uma mensagem que permanece.
Ele percorre todas as distancias.
Ele viaja por terra, mar e ar.
Ele viaja de qualquer forma.
Ele segue pelo correio.
Ele entra em todos os lugares.
Ele entra em todos os ambientes.
Ele não faz acepção de pessoas.
Ele não faz diferença de posição social, racial ou religiosa.
Ele não se importa com o tempo ou com horário.
Ele não é atingido pelo pecado do mundo.
Ele não pede licença da comunhão com Deus.
Ele não tira férias nem pede aposentadoria.
Ele é usado por Deus.
Ele tem vida, é persistente, é incansável.

Valdemar Fontoura (Instituto Bíblico Esperança, Porto alegre)

11 de dezembro de 2009

ASAS DE SOCORRO

Após a Segunda Guerra Mundial, alguns pilotos cristãos, decidiram utilizar o avião, não mais como arma de destruição, mas sim, em missões. Muitos começaram simultaneamente, em países como Austrália, Inglaterra e Estados Unidos. Eles formaram pequenas organizações, que cresceram rapidamente. Em 1947, resolveram unificar o nome das entidades como Missionary Aviation Fellowship (MAF), embora continuassem autônomos.

No Brasil, não foi diferente do resto do mundo. Quando as missões brasileiras tomaram conhecimento do trabalho da MAF, lançaram um apelo para que viessem atuar no Brasil. A MAF já estava no México, Equador e Honduras, chamada “Alas de Socorro”. Em 1954, os diretores dessas entidades decidiram buscar meios de atender aos missionários brasileiros e enviaram para cá, o missionário James Truxton e sua esposa. Eles planejaram a criação de ASAS DE SOCORRO, fazendo uma viagem de pesquisa para Goiás, Mato Grosso e Amazônia.

James Lomheim e Harold Berk foram os dois primeiros pilotos-mecânicos que aqui chegaram, juntamente com suas famílias, em 1955, enviados pela MAF. Depois de quase um ano estudando a língua portuguesa, eles adquiriram, em 1956, um avião Piper PA-22, que havia sido acidentado, e o recuperaram, lentamente, no quintal de suas casas, até que, em 1957, estava pronto para os primeiros vôos, tendo como base de operação Cuiabá (MT). Nesse mesmo ano, um terceiro piloto-mecânico, Paul Lewis, chegou ao Brasil, para se estabelecer em Anápolis (GO) e fundar uma oficina de manutenção de aviões de Asas de Socorro. Outro piloto, Eldon Larsen, iniciava o transporte aéreo de missionários com um outro avião, o Piper PA-14 Cruisier, em Roraima.

Com os serviços prestados às missões evangélicas crescendo rapidamente, e as bases de operações estabelecidas, Asas de Socorro foi reestruturada e registrada como entidade brasileira, filantrópica e sem fins lucrativos, em 7 de Dezembro de 1964.

Após alguns anos, Asas de Socorro percebeu novas necessidades e com isso expandiu sua área de atuação. Em 1968 foi criada pelo piloto-mecânico Paul Lewis, a Oficina Aeronáutica, com o propósito inicial de dar assistência somente aos aviões da organização. Com o passar dos anos o trabalho da Oficina estendeu-se a outras organizações e missões coirmãs. Hoje além da manutenção dos aviões é utilizada também para o treinamento dos nossos alunos pilotos/mecânicos.

Com o tempo, aprendemos que mais que máquinas colocadas no serviço, eram necessárias pessoas capacitadas e treinadas para a aviação. Com esta visão foi criada em 1972 a Escola de Aviação de Asas de Socorro, homologada pelo Departamento de Aviação Civil (antigo DAC) com dependências próprias e professores com vasta experiência no ramo. A escola de aviação tem formado dezenas de pilotos e mecânicos. Todo este trabalho não teria fundamento se o alvo não fosse promover a valorização social e ética do ser humano.

Em 1985, fiel à sua visão de atender, tanto as necessidades espirituais, quanto as materiais dos povos isolados, Asas de Socorro iniciou, o projeto de Assistência Médica Dentária e Evangelística (AMDE). No dia 24 de junho daquele ano, inspirada no trabalho do reverendo Alberto Reasoner, da Missão Presbiteriana - que na sua época já atendia 30 localidades no sertão de Goiás, com seu Cessna 182. A primeira clínica do AMDE partiu para as comunidades de Vila Borba, Araí e Limoeiro, no interior de Goiás, e para as aldeias de Aukra e Kubenkranken, no interior do Pará, com a equipe composta pelo médico Porfírio de Andrade Neto, o dentista Jolian Sampaio, a enfermeira Cristiane Pinto Ferreira e o piloto Lelis Fachini Filho.

Desde então o Projeto AMDE multiplicou consideravelmente sua esfera de ação para os estados de Goiás, Tocantins, Pará, Amapá, Amazonas, Roraima e Acre. Em sua história, criou condições para que diversas igrejas fossem fundadas em locais onde as pessoas nunca tinham ouvido falar do Evangelho. Muitas pessoas dessas comunidades foram treinadas como agentes de saúde. Ao se converterem, passaram, não só a salvar as vidas com o seu trabalho de atendimento emergencial e sanitário, como também a testemunhar da nova vida que receberam em Cristo. O Projeto AMDE tem sido também um grande fator de mobilização da igreja brasileira.

Seguindo a mesma visão a organização criou o curso Ferramentas para líderes, que que visa alcançar a liderança local de populações isoladas, procurando trabalhar o caráter do líder local e do cidadão comum, tornado-os cidadãos conscientes. O trabalho é desenvolvido através de cursos e palestras com temas específicos para esta finalidade.

Após anos de assistência na região norte, Asas de Socorro estendeu seu trabalho, alcançando agora o povo nordestino. Normalmente realizado nas férias de julho, o Projeto IDE visa despertar na juventude evangélica o desejo de servir o próximo, permitindo assim que seus participantes vivam experiências sociais de curto prazo. O alvo é alcançar a região nordeste do Brasil onde o projeto realiza parcerias com organizações e governos municipais.

Asas de Socorro se alegra em saber que através dos aviões e dos dons de cada integrante, colabora para a busca e restauração da dignidade de muitos povos indígenas, ribeirinhos e sertanejos, que vivem isolados e destituídos do direito à cidadania.

(www.asasdesocorro.org.br)

4 de dezembro de 2009

OS GEMIDOS DO MUNDO

O mundo está doente, o pecado o enfermou. Ele está sofrendo dores, está gemendo e sua esperança não encontra sequer um alívio até que Jesus volte. O pecado entrou no mundo e atingiu não apenas o homem, mas, também, a natureza. Em vez de cuidar da natureza, o homem passou a depredá-la. Em vez de ser mordomo da criação, o homem tornou-se seu algoz.

A doença que assola o mundo é aguda e crônica. Ela aflige sempre, sem pausa nem trégua. O mundo está sucumbindo e se contorcendo, gemendo e gritando, fazendo soar sua voz de lamento. As catástrofes naturais não são caprichos da natureza; são sinais de alerta. O apóstolo Paulo é enfático em nos informar que "toda criação geme e suporta angústias até agora" (Rm 8.22). Essa grandiosa sinfonia de gemidos não é vista como o estertor da morte da criação, mas como as dores de parto que levam à sua restauração. Duas verdades devem ser aqui apontadas:

1. O cativeiro da criação

É importante observar as palavras que Paulo usa para descrever esse cativeiro da criação: sofrimento (Rm 8.18), vaidade (Rm 8.20), corrupção (Rm 8.32) e angústias (Rm 8.22). Notemos três fatos:

A criação foi submetida à vaidade (Rm 8.20). Ela está confusa, contraditória, doente. Há uma desarmonia brutal na natureza. A expressão "cativeiro da corrupção" traz a idéia de um ciclo contínuo de nascimento, crescimento, morte e decomposição. Os sinais da morte estão presentes na natureza. O que está presente não é a evolução do universo, mas sua decadência. Vale ressaltar que essa sujeição da criação é involuntária. A criação não é o agente da sua queda. Ela é vítima e não ré. Ela não se submeteu; foi submetida.

A criação vive prisioneira no cativeiro da corrupção (Rm 8.21). A criação não pode redimir-se nem libertar a si mesma. A terra e os animais estão gemendo nesse cativeiro como prisioneiros num calabouço.

A criação geme e suporta angústias até agora (Rm 8.22). Não apenas parte da criação, mas toda ela geme e suporta angústias até agora. A natureza está com suas entranhas enfermas. Ela está com cólicas intestinais. Nossos rios estão se transformando em esgotos a céu aberto. Nosso ar está sendo poluído por toneladas de dióxido de carbono a cada minuto. Nossos campos estão se transformando em desertos e nossas fontes estão morrendo. Os animais do campo, os peixes do mar e as aves do céu estão gemendo.

2. A expectativa da criação

Destacamos três pontos importantes:

- A redenção da criação está conectada com a glorificação dos filhos de Deus (Rm 8.19,21). A criação foi amaldiçoada por causa do pecado do homem e será redimida do cativeiro da corrupção na glorificação dos salvos. Sua redenção do cativeiro não se dará antes nem à parte da glorificação dos salvos. Então, haverá liberdade em vez de escravidão, glória incorruptível em vez de decomposição. Se nós vamos participar da glória de Cristo, a criação participará da nossa glória.

A criação aguarda ansiosamente a manifestação dos filhos de Deus (Rm 8.19,21). A criação vive como que na ponta dos pés, esticando o pescoço, olhando para esse futuro que virá trazendo em suas asas a restauração de todas as coisas. A expectativa da criação é uma esperança viva e certa.

Os gemidos da criação não são de desespero, mas de esperança (Rm 8.22). A criação não se contorce com os gemidos da morte, mas ela geme como uma mulher que está para dar à luz. Seus gemidos não são de desespero, mas de gloriosa expectativa. Ela não geme por causa de um passado inglório, mas por causa de um futuro glorioso. Os gemidos da criação não são dores que carecem de sentido e de propósito, mas são dores inevitáveis no vislumbre de uma ordem nova. A escravidão da decadência dará lugar à liberdade da glória (Rm 8.21). Às dores de parto seguirão as alegrias do nascimento (Rm 8.22). O universo não será destruído, mas sim libertado, transformado e inundado da glória de Deus. Amém!

(Hernandes Dias Lopes)